Judaísmo hispano português

É no Brasil que o termo B’nei Anussim aparece pela primeira vez. Na Península Ibérica, os judeus forçados à conversão ao catolicismo eram chamados de cristãos novos, Anussim ou marranos, (de uma forma pejorativa) que em espanhol significa porco. Citamos também o termo Cripto-judeu, o qual é a prática do judaísmo secretamente, sendo que publicamente professavam outra fé, exteriorizando o catolicismo.

Portal das Rodas das Almas

Portal das Rodas das Almas - Clique ao lado para baixar

Introdução: Quem é o Ari?

É sabido, que a sabedoria da Cabalá foi recebida por Moshe Rabeinu como parte da Torá no Monte Sinai, e foi entregue por via oral, de professor para aluno sob rigoroso critério.
Durante a época do Segundo Templo, Rabi Shimon bar Yochai, uma dessas almas únicas, recebeu a sabedoria da Cabalá e vestiu esta sabedoria na forma escrita, em um livro Sagrado, chamado Zohar.
Ao fazê-lo, ele puxou a luz da Cabalá para o mundo que vivemos, quebrando por assim dizer, um muro quase intransponível de “ocultação”.
Mas foi no século XVI, que o Arizal, [O Sagrado Rabino Yitschac Luria] outra alma única, introduziu um sistema totalmente novo de compreensão do Zohar, que “sistematiza” a Cabalá ainda mais, tornando-o amplamente acessível a humanidade.  O Arizal ficou conhecido como o maior cabalista desde os dias de Rabi Shimon bar Yochai.

O Ari transbordava de Torá. Ele era completamente versado em Tanach, Mishná, Talmud, Pilpul, Midrash, Agadá, Maassê Bereshit e Maassê Merkavá. Era especialista na linguagem das árvores, das aves, e na fala dos anjos.  Podia ler os rostos da maneira delineada no Zohar (2:74b).
Ele podia discernir tudo que qualquer indivíduo tinha feito, e podia ver o que faria no futuro. Podia ler o pensamento das pessoas, antes mesmo que o pensamento lhe entrasse na mente.  Ele conhecia os eventos futuros, sabia tudo que estava acontecendo aqui na terra, e o que era decretado no céu.  Ele conhecia os mistérios do Gilgul [reencarnação], quem tinha nascido previamente, e quem estava aqui pela primeira vez.  Ele podia olhar para alguém e dizer-lhe como ele estava conectado a D’us, e como estava relacionado a Adam. Podia ler coisas assombrosas [sobre as pessoas] à luz de uma vela ou na chama de uma fogueira. Com os olhos ele perscrutava e podia ver as almas dos justos, tanto aqueles que tinham morrido recentemente quanto os que tinham vivido nos tempos antigos. Com estes ele estudou os verdadeiros mistérios. Pelo odor de uma pessoa ele podia dizer tudo que ela tinha feito uma habilidade que o Zohar atribui à sagrada Yenuka [criança] (3:188a). Era como se todos estes mistérios estivessem concentrados dentro dele, esperando para ser ativados sempre que ele quisesse.  Ele não precisava isolar-se para fazê-los aflorar.  Tudo isso vimos com nossos próprios olhos. Estas não são coisas que ouvimos de outros. Eram coisas maravilhosas que ainda não tinham sido vistas na terra desde a época de Rabi Shimon bar Yochai.
Nada disso era conseguida por meio de magia, D’us não o permita. Há uma forte proibição contra estas artes.  Em vez disso, tudo vinha automaticamente, como resultado de sua santidade e ascetismo, após muitos anos de estudo dos textos cabalistas antigos e novos.
Ele então intensificou sua piedade, ascetismo, pureza e santidade, até que atingiu um nível no qual Eliyahu constantemente se revelava a ele, falando-lhe “boca a boca”, ensinando-lhe estes mistérios. Isso é o que acontecia a Raavad, como declara Recanati.
Embora a profecia completa não exista mais, Ruach Hakodesh ainda está aqui, manifestada através de Eliyahu.  É como se Eliyahu HaNavi ensinasse seus alunos, comentando o versículo “Devora era uma profetisa” (Shofetim 4:4). “Eu chamo céu e terra como testemunhas, que qualquer indivíduo, homem ou mulher, judeu ou gentio, livre ou escravo, pode ter Ruach  HaKodesh  concedido  sobre  ele.  Tudo  depende  de  suas  ações” (Rabi Chayim Vital, introdução a Sha’ar HaKdamot, impresso no início de todas as edições de Etz Chayim).