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Introdução: Quem é o Ari?
É sabido, que a
sabedoria da Cabalá foi recebida por Moshe Rabeinu como parte da Torá no
Monte Sinai, e foi entregue por via oral, de professor para aluno sob rigoroso
critério.
Durante a época
do Segundo Templo, Rabi Shimon bar Yochai, uma dessas almas únicas, recebeu a sabedoria
da Cabalá
e vestiu esta sabedoria na forma escrita, em um livro Sagrado, chamado Zohar.
Ao fazê-lo, ele puxou
a luz da Cabalá para o mundo que vivemos, quebrando por assim dizer, um muro
quase intransponível de “ocultação”.
Mas foi no
século XVI, que o Arizal, [O Sagrado Rabino Yitschac Luria] outra alma única, introduziu
um sistema totalmente novo de compreensão do Zohar, que “sistematiza” a Cabalá ainda
mais, tornando-o amplamente acessível a humanidade. O Arizal ficou conhecido como o maior
cabalista desde os dias de Rabi Shimon bar Yochai.
O Ari
transbordava de Torá. Ele era completamente versado em Tanach, Mishná, Talmud,
Pilpul, Midrash, Agadá, Maassê Bereshit e Maassê Merkavá. Era especialista na
linguagem das árvores, das aves, e na fala dos anjos. Podia ler os rostos da maneira delineada no Zohar
(2:74b).
Ele podia discernir
tudo que qualquer indivíduo tinha feito, e podia ver o que faria no futuro.
Podia ler o pensamento das pessoas, antes mesmo que o pensamento lhe entrasse
na mente. Ele conhecia os eventos futuros,
sabia tudo que estava acontecendo aqui na terra, e o que era decretado no céu. Ele conhecia os mistérios do Gilgul [reencarnação],
quem tinha nascido previamente, e quem estava aqui pela primeira vez. Ele podia olhar para alguém e dizer-lhe como ele
estava conectado a D’us, e como estava relacionado a Adam. Podia ler coisas
assombrosas [sobre as pessoas] à luz de uma vela ou na chama de uma fogueira.
Com os olhos ele perscrutava e podia ver as almas dos justos, tanto aqueles que
tinham morrido recentemente quanto os que tinham vivido nos tempos antigos. Com
estes ele estudou os verdadeiros mistérios. Pelo odor de uma pessoa ele podia
dizer tudo que ela tinha feito uma habilidade que o Zohar atribui à sagrada Yenuka
[criança] (3:188a). Era como se todos estes mistérios estivessem concentrados
dentro dele, esperando para ser ativados sempre que ele quisesse. Ele não precisava isolar-se para fazê-los aflorar. Tudo isso vimos com nossos próprios olhos.
Estas não são coisas que ouvimos de outros. Eram coisas maravilhosas que ainda não
tinham sido vistas na terra desde a época de Rabi Shimon bar Yochai.
Nada disso era
conseguida por meio de magia, D’us não o permita. Há uma forte proibição contra
estas artes. Em vez disso, tudo vinha automaticamente,
como resultado de sua santidade e ascetismo, após muitos anos de estudo dos
textos cabalistas antigos e novos.
Ele então
intensificou sua piedade, ascetismo, pureza e santidade, até que atingiu um
nível no qual Eliyahu constantemente se revelava a ele, falando-lhe “boca a
boca”, ensinando-lhe estes mistérios. Isso é o que acontecia a Raavad, como
declara Recanati.
Embora a profecia
completa não exista mais, Ruach Hakodesh ainda está aqui, manifestada através de
Eliyahu. É como se Eliyahu HaNavi ensinasse
seus alunos, comentando o versículo “Devora era uma profetisa” (Shofetim 4:4).
“Eu chamo céu e terra como testemunhas, que qualquer indivíduo, homem ou
mulher, judeu ou gentio, livre ou escravo, pode ter Ruach HaKodesh
concedido sobre ele.
Tudo depende de
suas ações” (Rabi Chayim Vital,
introdução a Sha’ar HaKdamot, impresso no início de todas as edições de Etz
Chayim).