Comentado por Shabtai Teicher
Introdução: Quem
é o Ari?
É sabido, que a
sabedoria da Cabalá foi recebida por Moshe Rabeinu como parte da Torá no
Monte Sinai, e foi entregue por via oral, de professor para aluno sob rigoroso
critério.
Durante a época
do Segundo Templo, Rabi Shimon bar Yochai, uma dessas almas únicas, recebeu a sabedoria
da Cabalá
e vestiu esta sabedoria na forma escrita, em um livro Sagrado, chamado Zohar.
Ao fazê-lo, ele puxou
a luz da Cabalá para o mundo que vivemos, quebrando por assim dizer, um muro
quase intransponível de “ocultação”.
Mas foi no
século XVI, que o Arizal, [O Sagrado Rabino Yitschac Luria] outra alma única, introduziu
um sistema totalmente novo de compreensão do Zohar, que “sistematiza” a Cabalá ainda
mais, tornando-o amplamente acessível a humanidade. O Arizal ficou conhecido como o maior
cabalista desde os dias de Rabi Shimon bar Yochai.
O Ari
transbordava de Torá. Ele era completamente versado em Tanach, Mishná, Talmud,
Pilpul, Midrash, Agadá, Maassê Bereshit e Maassê Merkavá. Era especialista na
linguagem das árvores, das aves, e na fala dos anjos. Podia ler os rostos da maneira delineada no Zohar
(2:74b).
Ele podia discernir
tudo que qualquer indivíduo tinha feito, e podia ver o que faria no futuro.
Podia ler o pensamento das pessoas, antes mesmo que o pensamento lhe entrasse
na mente. Ele conhecia os eventos futuros,
sabia tudo que estava acontecendo aqui na terra, e o que era decretado no céu. Ele conhecia os mistérios do Gilgul [reencarnação],
quem tinha nascido previamente, e quem estava aqui pela primeira vez. Ele podia olhar para alguém e dizer-lhe como ele
estava conectado a D’us, e como estava relacionado a Adam. Podia ler coisas
assombrosas [sobre as pessoas] à luz de uma vela ou na chama de uma fogueira.
Com os olhos ele perscrutava e podia ver as almas dos justos, tanto aqueles que
tinham morrido recentemente quanto os que tinham vivido nos tempos antigos. Com
estes ele estudou os verdadeiros mistérios. Pelo odor de uma pessoa ele podia
dizer tudo que ela tinha feito uma habilidade que o Zohar atribui à sagrada Yenuka
[criança] (3:188a). Era como se todos estes mistérios estivessem concentrados
dentro dele, esperando para ser ativados sempre que ele quisesse. Ele não precisava isolar-se para fazê-los aflorar. Tudo isso vimos com nossos próprios olhos.
Estas não são coisas que ouvimos de outros. Eram coisas maravilhosas que ainda não
tinham sido vistas na terra desde a época de Rabi Shimon bar Yochai.
Nada disso era
conseguida por meio de magia, D’us não o permita. Há uma forte proibição contra
estas artes. Em vez disso, tudo vinha automaticamente,
como resultado de sua santidade e ascetismo, após muitos anos de estudo dos
textos cabalistas antigos e novos.
Ele então
intensificou sua piedade, ascetismo, pureza e santidade, até que atingiu um
nível no qual Eliyahu constantemente se revelava a ele, falando-lhe “boca a
boca”, ensinando-lhe estes mistérios. Isso é o que acontecia a Raavad, como
declara Recanati.
Embora a profecia
completa não exista mais, Ruach Hakodesh ainda está aqui, manifestada através de
Eliyahu. É como se Eliyahu HaNavi ensinasse
seus alunos, comentando o versículo “Devora era uma profetisa” (Shofetim 4:4).
“Eu chamo céu e terra como testemunhas, que qualquer indivíduo, homem ou
mulher, judeu ou gentio, livre ou escravo, pode ter Ruach HaKodesh
concedido sobre ele.
Tudo depende de
suas ações” (Rabi Chayim Vital,
introdução a Sha’ar HaKdamot, impresso no início de todas as edições de Etz
Chayim).
1.0. Introdução ao Sha’ar HaGilgulim
A maioria dos ensinamentos
do Ari está incluída em um conjunto de oito volumes chamados “Oito Portões”.
Eles foram escritos pelo Rabino Chayim Vital e editados por seu filho, Shmuel
Vital.
O trabalho,
“Sha’ar HaGilgulim”, é o oitavo portão e, como o título revela, fala sobre o
conceito da Torah sobre reencarnação.
Baseado primeiramente no Zohar na Parashat Mishpatim onde gilgulim é discutido,
este conceito é abordado amplamente nos escritos do mestre Cabalista, Rabi Yitzchak
Luria, zt "l (1534-1572), também conhecido como o “Arizal“. O livro foi registrado
pelo seu principal discípulo, Rabi Chaim Vital, zt "l, e alterado pelo Rabi
Shmuel Vital, seu filho.
Assim como
princípios a respeito da correção pessoal e reencarnação, este trabalho revela as
raízes espirituais de muitos dos grandes estudiosos da Torah do passado. Além
disso, muitas vezes fornece informações vitais sobre o futuro em termos de
ajudá-lo a entender os desafios esperados ao longo da história e em particular
no “Fim dos Dias”.
O livro está
escrito completamente em hebraico, traduzido ao inglês pelo Rabi Yitzchak Bar Chaim,
e agora, pela primeira vez, em português.
O dividimos os 42 capítulos (no original é chamado: hakdomot -
“Introduções”) em um número de seções.
Os primeiros onze capítulos foram editados e anotados pelo Rabi Shabtai Teicher
de abençoada memória, um estudioso respeitoso da Cabalá do Ari em Jerusalém. Os
capítulos 12-36 foram editados e anotados pelo Rabi Perets Auerbach, também conhecido
professor de Zohar e do Ari, também em Jerusalém.
1.0. Introdução ao Sha’ar Ruach Hakodesh
A essência do
sistema meditativo do Ari consiste de Yichudim (Unificações), onde a pessoa manipula
as letras do vários nomes de D-us. Às vezes, os nomes são entrelaçados e vários
pontos vocálicos são
adicionados. Como os vários Nomes
Divinos refletem forças espirituais, e estas forças têm suas contrapartes em
partes diferentes da mente humana, estes
Yichudim podem ter
efeitos poderosos na
integração da psique.
Às vezes, isto também pode ser extremamente traumático.
O Ari viu no método
das meditações nos Yichudim o mais importante para se atingir a verdadeira iluminação
e esclarecimento. Embora existam outros métodos,
o único mencionado no Zohar - ainda que unicamente por alusão – foi o dos Yichudim,
considerado o mais puro e efetivo de todos.
Enquanto outros sistemas meditativos envolviam a pronúncia de Nomes Divinos,
o sistema dos Yichudim
era completamente mental
e, portanto, não
envolvia os perigos inerentes à pronúncia real dos nomes.
A maioria dos
ensinamentos do Ari está
incluída em um
conjunto de oito
volumes chamados “Oito Portões”. Eles foram escritos pelo Rabino Chayim
Vital e editados por seu filho, Samuel Vital.
Dos “Oito Portões”,
é o sétimo
que trata sobre
o sistema de
Yichudim do Ari.
Ele é chamado de Sha’ar Ruach Hakodesh (“Portão da Inspiração Divina”).
Inspiração Divina é um termo geral para iluminação, esclarecimento e
inspiração, neste volume são descritos os métodos para atingí-lo.
1.1. Nomes da Alma
Capítulo 1,
Seção 1 – Nomes da Alma
Começaremos com o
que os Rabis (Mestres) escreveram dizendo que a Nefesh (Alma) tem cinco nomes.
De baixo para cima
elas são: Nefesh, Ruach, Neshamá, Chaiá
e Iechidá.
Traduzindo:
IECHIDÁ
|
SIMPLES
|
CHAIÁ
|
VIDA
(FORÇA)
|
NESHAMÁ
|
RESPIRAÇÃO
|
RUACH
|
VENTO
|
NEFESH
|
(O QUE FICA QUANDO) DESCANSAMOS
|
Cada um destes
níveis representa diferentes níveis de luzes que se originam do EIN
SOF, a Luz Infinita emanada do Criador.
No nível de Iechidá, a Luz é ainda muito sublime e
unificada; no nível de Chaiá, é um pouco menos, mas é considerada
como ser à força de vida de tudo que vem depois dela. “Neshamá” é derivado da palavra
“NESHIMA“,
que significa respiração, pois este nível de alma é considerado como o sopro da
boca do Criador, por assim dizer. Ruach é a luz da alma quando
deixa o estágio de Neshamá, como o sopro saindo da boca da pessoa. A luz da alma que fica quando descansamos, ou
dormimos, é chamada de Nefesh, que está no sangue dos seres humanos
físicos, e, portanto, atua como uma interface entre o espiritual e o físico.
QUANDO UMA PESSOA
REALIZA ATOS DE JUSTIÇA, ELA UNIFICA OS NÍVEIS DE SUA ALMA.
ואין ספק כי לא נפל קריאת השמות הנזכרות, במקרה ובהזדמן. אמנם דע, כי האדם עצמו, הוא הרוחניות אשר בתוך גוף, והגוף הוא לבוש האדם, ואיננו האדם עצמו. וכמש
Certamente, estes
nomes não foram atribuídos por acaso ou conveniência. Em vez disso, sabemos que
a própria pessoa é o elemento espiritual dentro do corpo, enquanto o corpo é apenas
uma vestimenta para a pessoa – não a pessoa em si. Isto é o que está escrito, “Não se sujará de carne
humana…”
(Ex. 30:32),
conforme é indicado no Zohar, Parashat Bereshit,20b.
Em outras
palavras, “carne humana” implica que o sangue pertence ao homem, mas não é o
homem em si. “Carne humana” é apenas o sangue e a veste exterior; não é o
verdadeiro homem. Este é, portanto, indigno de ser ungido.
Como o homem conecta
todos os quatro mundos de ABY "A… [um acrônimo formado pelas
letras iniciais de ATZILUT, BERIÁ, YETZIRÁ
e ASSIÁ]
Correspondentes aos Quatro Mundos e as
Partes da Alma:
ATZILUT
|
EMANAÇÃO
|
CHAIÁ
|
BERIÁ
|
CRIAÇÃO
|
NESHAMÁ
|
YETZIRÁ
|
FORMAÇÃO
|
RUACH
|
ASSIÁ
|
AÇÃO
|
NEFESH
|
Um conceito muito
importante é implicado pelo nosso texto aqui.
Mesmo que o corpo físico de uma pessoa seja minúsculo comparado ao mundo
físico, sua alma espiritual se estende por todos os cinco mundos espirituais
que emanam de EIN SOF. Já que não há uma correlação direta e automática entre
os níveis de alma e os cinco mundos, a ação humana, além de ter impacto em sua
alma, tem um impacto direto nos mundos espirituais correspondentes. Quando uma pessoa realiza atos de justiça, ela
unifica os níveis de sua alma, e ainda, os quatro mundos também; o oposto é
verdade se uma pessoa realiza ações negativas, através do seu egoísmo. Por isso, as ações das pessoas fazem o mundo
“subir” ou “descer” espiritualmente, todo o seu ato tem um reflexo no mundo
inteiro!
Já que
o homem conecta
todos os quatro
mundos de ABY”A,
necessariamente, devem existir dentro
deles seções em
cada um dos
quatro mundos, e cada seção é chamada por um dos cinco nomes: NRNCh”Y
(Nefesh, Ruach, Neshamá, Chaiá e Iechidá),
conforme explicamos.
1.2. Evoluindo Espiritualmente
Não se adquire todos
eles [todos os níveis
de alma] de uma
vez, mas de
acordo com o seu
merecimento. Primeiro, adquire
o menor deles,
que é chamado de “Nefesh”. Depois, se
merecer, também pode
atingir “Ruach”.
Isto é explicado em
várias partes do Zohar,
tal como na parashat
Vayechi, e na parashat Teruma,
e especificamente no
início da parashat Mishpatim
(Zohar 94b): “Venha
e veja, quando
uma pessoa nasce,
ela recebe Nefesh…”
As Sefirot são
como uma Árvore Genealógica… com várias gerações.
Embora uma pessoa
comece sua vida somente com uma Nefesh, ela tem o potencial de
ascender a níveis mais elevados de alma, de acordo com seu mérito (como elucidado
abaixo).
…Todas Nefashot são unicamente do mundo de ASSIÁ;
todas Ruchot são do mundo de YETZIRÁ; e, todas Neshamot
são do mundo de BERIÁ. No entanto, a maioria das pessoas não tem todas as cinco partes,
que são chamadas NR”N, etc., mas somente a Nefesh de ASSIÁ.
Vimos no final da
seção anterior que a abreviação para todos os cinco níveis de alma é Nrnch "Y. Uma vez que os níveis
mais elevados de Chaiá e Iechidá são inacessíveis
agora, eles são várias vezes ignoradas, e a forma curta é ainda mais abreviada
para NR”N.
Longe da
história e distantes do Monte Sinai como nós estamos a maioria das pessoas só
tem acesso ao nível de alma Nefesh, que é o motivo de ser tão
difícil se relacionar com D-us e com a espiritualidade.
No entanto,
mesmo esta Nefesh tem muitos níveis, e isto é porque ASSIÁ em si também
é dividida em cinco Partzufim,
chamados: ARICH ANPIN, ABBA, IMMA, ZEIR
ANPIN E NUKVA d’ZEIR ANPIN.
A palavra “partzuf”
(plural: “partzufim”) literalmente significa “face”. Na Cabalá também se refere a toda a forma
humana.
Em geral, há dez
sefirot: keter, Chochma,
Biná, Chesed, Guevurá, Tiferet, Netzach, Hod,
Iesod e Malchut.
No entanto, cada
uma é uma versão localizada do sistema inteiro.
Em outras palavras, é possível discernir dentro de cada uma delas dez sefirot
componentes, e em cada uma delas outras dez, etc. (Isto pode ser comparado com uma
fotografia tirada com um holograma, onde qualquer detalhe pode ser ampliado para
revelar todas as informações básicas que estão contidas em toda a fotografia. Toda
a informação básica do todo está contida nos detalhes; e os detalhes contém todas
as informações básicas encontradas no todo).
Quando vemos um
número de sefirot reunidas juntas, trabalhando juntas e funcionando
juntas como um sistema, elas então são chamadas um partzuf.
Cada partzuf
tem um nome único, e eles correspondem aos nomes das sefirot, os
nomes da alma e os nomes dos mundos, como discutido anteriormente (Capítulo 1,
Seção 1).
No entanto,
mesmo esta Nefesh tem muitos níveis, e isto é porque ASSIÁ
em si também é dividida em cinco Partzufim, chamada: Arich
Anpin, Abba, Imma, Zeir Anpin e Nukva d’Zeir Anpin.
ALMA
|
MUNDO
|
SEFIRÁ
|
PARTZUF
|
IECHIDÁ
Simples
|
KETER
Coroa
|
ARICH ANPIN
Longa Face
|
|
CHAIÁ Força de Vida
|
ATZILUT
Emanação
|
CHOCHMA
Sabedoria
|
ABBA
Pai
|
NESHAMÁ Respiração
|
BERIÁ
Criação
|
BINÁ
Compreensão
|
IMMA
Mãe
|
RUACH
Vento
|
YETZIRÁ
Formação
|
CHESED - IESOD (detalhes*)
|
Zeir
Anpin
Curta (ou, pequena) face
|
NEFESH
Descanso
|
ASSIÁ
Ação
|
MALCHUT
Reino
|
Nukva de’Zer Anpin
O cônjuge feminino de Zeir Anpin (a
pequena ou curta face)
|
Detalhes*:
CHESED
- AMOR, MISERICÓRDIA
|
GUEVURÁ
- FORÇA, PODER, JULGAMENTO
|
TIFERET
- EQUILÍBRIO, BELEZA
|
NETZACH
- VITÓRIA, ETERNIDADE
|
HOD - GLÓRIA, MAJESTADE
|
IESOD -
FUNDAÇÃO
|
Deve ser notado
que as sefirot de acordo com os nomes dos parzufim se assemelham a uma
árvore genealógica de três gerações: avô, pais, filhos e sua noiva.
Antes de uma pessoa poder merecer atingir sua Ruach do mundo
de YETZIRÁ, ela precisa primeiro completar
todos os outros cinco partzufim da Nefesh de ASSIÁ.
Em outras
palavras, embora uma pessoa comece sua vida com uma Nefesh, que também tem níveis
mais elevados que precisam ser atingidos através da evolução e correção
espiritual. Quando todos os níveis da Nefesh
são corrigidos, então a pessoa está pronta para ascender a um nível espiritual
mais elevado, que é o nível de Ruach. Ela então repete o processo
de evolução neste plano espiritual mais elevado.
Isto é, ela
precisa primeiro dominar a Nefesh de sua Nefesh, então a Ruach de sua Nefesh, a Neshamá de sua Nefesh, e assim por diante. Uma vez que atingiu a Iechidá de sua Nefesh,
então todo o nível de Nefesh é dito ser “seu”, e, ela está
pronta para trabalhar na aquisição dos níveis de Ruach.
1.3. Caminho da Correção
Mesmo que, como
sabemos, existam pessoas cuja Nefesh é de Malchut de ASSIÁ,
e outras que são de Iesod de ASSIÁ, ainda, cada pessoa deve
corrigir todo o espectro de ASSIÁ. Somente então uma pessoa pode
receber sua Ruach de YETZIRÁ, já que YETZIRÁ é maior do que
todas as de ASSIÁ.
Nem todas as
almas têm raiz no mesmo nível. No entanto, apesar do nível da raiz de uma alma,
uma pessoa ainda é responsável em corrigir
todas as camadas dentro do nível do mundo que ela é conectada. Isto
inclui aqueles níveis dentro do mesmo mundo, mesmo os abaixo da sua raiz, assim
como os acima dela. Nenhuma pessoa pode começar a corrigir o próximo nível da
alma aplicável ao próximo mundo até que ela tenha corrigido todos os níveis inferiores
do mundo em que ela está enraizada. Então,
poderá iniciar o trabalho em Ruach de YETZIRÁ somente depois que
sua Nefesh
de ASSIÁ
seja completamente corrigida.
É preciso estar envolvido com o estudo da Torah e a
realização das Mitsvot que correspondem a todos de ASSIÁ.
Semelhantemente,
para atingir sua Neshamá de BERIÁ, uma pessoa precisa corrigir cada
parte de toda sua Ruach de YETZIRÁ, depois disto ela poderá
então receber sua Neshamá de BERIÁ.
É suficiente para
ela corrigir somente o local particular em que sua raiz de alma está
fundamentada. Isto é, o nível em que sua Nefesh está enraizada.
Em vez disso, ela
precisa corrigir todas as partes de cada nível conforme mencionamos, até que
ela esteja apta [para receber a Nefesh] de todas de ASSIÁ, e então poderá atingir sua Ruach
de YETZIRÁ. É desta forma com todos os mundos.
A importância disto
[acima mencionado correção - tikun] é que é preciso se envolver com
[o estudo da] Torah e [a realização das] Mitsvot que correspondem a todos de ASSIÁ - não apenas aqueles que
correspondem aos locais específicos que sua Nefesh está conectada.
As 613 Mitsvot
correspondem aos vários membros e tendões que compõem um ser humano cuja imagem
representa a estrutura das sefirot no reino espiritual, no sentido que partzuf se
refere a toda a forma humana, cada partzuf consiste de 613 membros e
tendões. Então, a realização de Mitsvot
específicas traz a correção das partes correspondentes do corpo humano e às seções
correspondentes dos partzufim e das sefirot.
O Talmude já ensinou que existem Mitsvot que tem significado especial para
pessoas específicas. Isto é, uma Mitsvá
é importante para uma pessoa em particular, e outra Mitsvá é importante para uma
segunda pessoa. No entanto, para avançar
espiritualmente cada pessoa precisa realizar todas as Mitsvot que puder, e não
se contentar com a realização de uma das Mitsvot que é importante para ela.
Esta [correção mencionada
acima] é [assim também aplicável] no reino do “cumprimento da Torah e Mitsvot“.
1.4. Adquirindo Níveis de Alma
[Parte do último
parágrafo da seção anterior foi repetida e o parágrafo desta seção foram numerados
para facilitar a explicação desta seção.]
(1) Não é
suficiente apenas corrigir o local específico ao qual sua alma está conectada.
Em vez disso, deve corrigir (todos os aspectos de cada nível) como mencionamos,
até merecer todos de ASSIÁ, até o momento que atinja sua Ruach
de YETZIRÁ. É assim com todos os mundos.
(2) Isto significa
que uma pessoa deve envolver-se com (o estudo da Torah) e (o cumprimento de
Suas) Mitsvot… Da mesma forma, se uma pessoa peca e mancha um local específico em
ASSIÁ,
mesmo que não seja o local ao qual sua Nefesh está conectada, ele precisa corrigi-lo.
Se cometer um pecado que
afeta parte da ASSIÁ ao qual sua alma não é particularmente conectada, ele é
responsável em corrigir o defeito.
Mesmo que a Nefesh
de uma pessoa venha de um local específico do mundo de ASSIÁ, ela ainda é responsável
em adquirir todos os níveis de ASSIÁ – a Nefesh, Ruach,
Neshamá,
Chaiá
e Iechidá
de ASSIÁ
- conforme aprendemos no final da seção anterior. Da mesma forma, se ela
cometer um pecado que afeta uma parte de ASSIÁ ao qual sua alma não é particularmente
conectada, é responsabilidade de ela corrigir a mancha (defeito), já
que é esperado que
atinja este nível
também neste caminho
para atingir Ruach de YETZIRÁ.
(3) No entanto, se
outra Nefesh falha em realizar uma Mitsvá específica do mundo de ASSIÁ,
ou peca e mancha [algo no mundo de ASSIÁ], isto não o obriga a corrigir
a Mitsvá faltando ou a mancha causada pelo pecado da outra [Nefesh]. Se eles
são ambos do mesmo lugar, [no entanto], então este não é o caso, conforme
explicaremos mais tarde, com a ajuda de D-us.
Embora isto seja
explicado em outro capítulo, pode ser dito aqui brevemente que há momentos quando mais de uma alma ocupa o mesmo
corpo. Se as almas originam-se da mesma raiz, então elas
podem compartilhar uma responsabilidade comum e a necessidade pelo tikun.
No entanto, se eles não vierem da mesma raiz, então a deficiência ou pecado da
sua Nefesh não necessita do outro ser parte do processo de correção.
(4)
Alternativamente, é possível que o conceito de tikun-correção aplique-se somente aos defeitos resultantes do
pecado, e não pela [falta da] realização de qualquer dos 248 preceitos
positivos.
Assim, a
correção é somente necessária no caso do pecado, e não para preceitos positivos
que não foram realizados, conforme inicialmente proposto.
(5) Ou, o seguinte
é possível, e é uma [interpretação] correta.
Digamos que uma alma é de Malchut de Nukva de ASSIÁ,
chamada de Nefesh de ASSIÁ...
Se você pegar a
décima Sefirá chamada Malchut, e subdividi-la em dez
sefirot ela se torna um partzuf chamado ASSIÁ. A décima Sefirá deste subconjunto das
dez sefirot também é chamada Malchut, e mais especificamente, Malchut
de ASSIÁ. Se esta Malchut é, por sua vez, subdividida em
seu próprio conjunto de dez sefirot, sua décima Sefirá será Malchut de Malchut de ASSIÁ,
ou, Malchut
do Nukvin
de ASSIÁ. Assim, a alma em questão poderia
ser um nível dentro do subconjunto do subconjunto da décima Sefirá Malchut
com a estrutura original das dez sefirot.
Ela
não precisa corrigir as seções que não estão conectadas com a raiz de sua alma.
Ela terá que corrigir
todas as malchuyot (plural de Malchut): De Ruach, Neshamá,
Chaiá
e Iechidá
de ASSIÁ.
Uma pessoa precisa
corrigir suas cinco raízes nos cinco partzufim de ASSIÁ, mas não precisa
corrigir as seções que não estão conectadas com a raiz de sua alma. Já que sua
raiz está especificamente em Malchut, é relevante para Malchut
em todos os níveis de cada partzuf.
Alguém que somente
corrige Malchut de ASSIÁ somente precisa Adquirir Nefesh da Nefesh que está dentro de ASSIÁ.
Se a raiz de sua
alma está em Malchut, então precisa retificar Malchut de Malchut
de ASSIÁ
para adquirir Nefesh de Nefesh.
Uma pessoa que também
retifica Zeir Anpin de ASSIÁ adquire Nefesh e Ruach
de ASSIÁ.
Já que sua alma
é de Malchut,
então precisa retificar Malchut de Zeir Anpin de ASSIÁ
para adquirir Ruach de ASSIÁ bem como Nefesh.
Se também retificar
Imma
de ASSIÁ
então atinge Nefesh, Ruach e Neshamá de ASSIÁ. É o mesmo até que corrija todos os cinco partzufim
de ASSIÁ,
no caso em que terá adquirido todo NRNChY.
Isto será discutido novamente no
Capítulo 11.
1.4. Aspectos das Almas
Vale apena rever
um pouco do que foi visto até agora, e especificamente em relação à informação
apresentada nesta seção. O texto desta seção
contém duas ambigüidades distintas, separadas por uma declaração entre
parênteses (não é incomum nos escritos do Arizal).
A declaração
entre parênteses é o que numeramos por parágrafo (3). Já explicamos no que se refere
à situação quando mais que
uma alma ocupa
o mesmo corpo,
e será explicado depois novamente.
Trata-se da necessidade de corrigir
todos os aspectos de cada mundo antes que se possa avançar ao próximo nível de
alma.
As
duas incertezas contidas no texto são propositalmente deixadas com incerteza.
As primeiras incertezas
emergem do contraste entre os parágrafos 2 e 4.
Em relação ao conceito de tikun,
“correção”, que se aplica a ambas as manchas
causadas pela transgressão dos
preceitos negativos e a incompletude
da realização dos
preceitos positivos, ou a transgressão de preceitos negativos somente.
A segunda incerteza
emerge do contraste entre os parágrafos 1 e 5.
Em relação à necessidade de corrigir todos os aspectos de cada mundo
antes que se possa avançar ao próximo nível de alma. (Este é o caso em que a
definição de tikun -
correção discutida no parágrafo anterior sobre incerteza é). A questão
agora é em
relação a como
podemos contar “todos os
aspectos” que precisam
ser corrigidos. São eles 5
de 5, ou
5 de 25 (NRNChY da sua raiz de alma somente)?
Isto será explicado agora.
NRNChY
de sua raiz de alma.
Já aprendemos
que os cinco níveis de alma correspondem aos mundos externos.
Tem que existir
dentro do homem seções de todos os quatro mundos.
Já que o homem
unifica todos os quatro mundos de ABY”A, necessariamente tem que
existir dentro dele seções de todos os quatro mundo, e cada seção é
chamada por um
dos cinco nomes:
NRNCh”Y [Nefesh, Ruach, Neshamá, Chaiá
e Iechidá], conforme explicaremos...
O primeiro nível,
Nefesh,
vem do mundo de ASSIÁ; o segundo nível Ruach, do mundo de YETZIRÁ
etc.
Todas Nefashot
são do mundo de ASSIÁ somente, todas Ruchot são do mundo de YETZIRÁ,
e, todas Neshamot são do mundo de BERIÁ...
Também aprendemos que cada mundo tem
cinco partes ou cinco partzufim.
No entanto,
mesmo esta Nefesh [do mundo de ASSIÁ] tem muitos níveis, e isto é
porque ASSIÁ em si mesma se divide em cinco Partzufim...
Assim,
para uma pessoa merecer sua Ruach do mundo de YETZIRÁ, ela precisa primeiro ter
atingido a completude dos cinco partzufim da Nefesh de ASSIÁ.
Agora aprenderemos
que cada um destes partzufim também pode ser mais detalhado em cinco partzufim. Então,
o mundo de ASSIÁ conterá 25 partes, ou células. Todos os outros mundos acima - YETZIRÁ,
BERIÁ
etc. – também conterão 25 células cada.
A forma de
representar as 25 células que
constituem a Nefesh que é derivada do mundo de ASSIÁ é mostrada no seguinte
diagrama que é intitulado ”NRNChY de NRNChY“. No entanto, vamos
primeiro lembrar que os nomes das almas, as sefirot e os partzufim são
intercambiáveis.
5
|
KETER
|
ARICH ANPIN
|
IECHIDÁ
|
4
|
CHOCHMA
|
ABBA
|
CHAIÁ
|
3
|
BINÁ
|
IMMA
|
NESHAMÁ
|
2
|
AS SEIS
|
ZEIR ANPIN
|
RUACH
|
1
|
MALCHUT
|
NUKVA DE’ ZEIR ANPIN
|
NEFESH
|
Números foram adicionados
a esta lista de correspondências para simplificar o seguinte diagrama onde os números
1 até
5 representam qualquer
termos correspondentes mostrados
acima.
O diagrama que
se segue lidará apenas com a Nefesh que é derivada do mundo de ASSIÁ.
A este respeito segue nosso texto.
Agora, revisemos o texto usando o diagrama com uma ajuda explicativa.
1) Não
é suficiente apenas
corrigir um local
particular ao qual
sua alma é enraizada.
Em vez disso, precisa-se corrigir [todos os aspectos de cada nível
conforme] mencionamos, até que mereça todos de ASSIÁ, momento em que
pode atingir sua Ruach de YETZIRÁ. É desta forma com todos os
mundos…
(5) Ou, o
seguinte é possível, e esta é a [interpretação] correta. Digamos que ela seja
de Malchut
de Nukvah
de ASSIÁ,
chamada Nefesh de ASSIÁ.
Diagrama de NRNChY
de NRNChY:
COLUNA
#1
|
COLUNA
#2
|
COLUNA
#3
|
COLUNA
#4
|
COLUNA
#5
|
|
Linha
# 5
|
0
|
||||
Linha
# 4
|
0
|
||||
Linha
# 3
|
0
|
||||
Linha
# 2
|
0
|
||||
Linha
# 1
|
X
|
||||
ASSIÁ
|
.
Em nosso
diagrama Nukva de ASSIÁ é indicada
pela fila abaixo de ASSIÁ, Coluna #1.
Malchut
de Nukva
de ASSIÁ
é um quinto (por assim dizer) do partzuf Nukva de ASSIÁ, indicado no
diagrama pela convergência da Linha #1
com a Coluna #1 (marcada com um “X“).
O texto prove um
exemplo onde a alma raiz é Malchut de Nukva de ASSIÁ,
o local marcado com X. Este local é tudo que a pessoa precisa corrigir na Coluna
#1. O texto ainda implica que já foi corrigido. Agora vamos em diante:
Ela precisa corrigir
todas as Malchuyot (plural de Malchut) de Ruach, Neshamá,
Chaiá
e Iechidá
de ASSIÁ.
Estes são
indicados no diagrama com a marca “0″. Desta forma terá corrigido uma coluna em
nosso diagrama – i.e., NRNChY de Nefesh de Nefesh
do mundo de ASSIÁ.
Alguém cuja raiz
de alma é de Malchut de ASSIÁ, que corrige apenas Malchut
de ASSIÁ somente a primeira linha da primeira coluna – ele somente
adquire Nefesh de Nefesh que está em ASSIÁ.
Alguém… A mesma
pessoa, cuja alma raiz é Malchut de ASSIÁ que também retifica
Zeir
Anpin de ASSIÁ, i.e., a segunda linha da primeira coluna
em nosso diagrama, ele adquire Nefesh e Ruach de ASSIÁ. Alguém
que também corrige Imma
de ASSIÁ, a terceira linha da primeira coluna terá adquirido Nefesh, Ruach e Neshamá
de ASSIÁ. É o mesmo até que
ela retifique todos os cinco partzufim
de ASSIÁ, no caso
que terá adquirido todos NRNChY .
Nesta hora
terá completado o
nível geral de Nefesh de ASSIÁ, e
será possível avançar
ao nível de Ruach de YETZIRÁ.
Na primeira possibilidade
da incerteza, cada nível de NRNChY foi
detalhado em cinco aspectos correspondentes aos cinco
partzufim de cada mundo. Alguém cuja alma raiz está em ASSIÁ, por exemplo, tem
que corrigir todos os cinco aspectos de ASSIÁ. Na nova idéia
apresentada aqui, na segunda possibilidade da questão, cada dos cinco partzufim
do mundo será mais detalhado em cinco. Assim, terá 25 “células” em ASSIÁ.
No entanto, cada pessoa corrige somente os cinco correspondentes aos 5 níveis
de NRNChY da sua alma raiz em ASSIÁ.
1.5. Estágios da Alma
Estágios Atravessados em Cada Nível
de Alma
[Para rever a
informação apresentada nesta série até agora, acesse o artigo anterior.]
Semelhantemente,
[este processo de evolução espiritual continua] desta forma, até a pessoa tenha
corrigido todos os
cinco partzufim de ASSIÁ, dando-lhe NRNCh”Y, que é
chamado toda Nefesh de ASSIÁ.
Cada aspecto dos
cinco níveis é completo em suas três seções, Ibur, Yenika
e Mochin, aludido no verso, “Sua mãe lhe fará uma túnica pequena etc.”
(I Shamuel 2:19).
Há uma
transferência direta de Luz para as almas, assim como uma mãe faz com um feto
dentro do seu útero.
Literalmente, estas
palavras significam: ‘embrião’, ‘bebê’ e ‘cérebro’. O primeiro termo refere-se ao estágio onde as
sefirot Netzach, Hod e IeSod
são “puxadas” ao topo em Chesed, Guevurá e Tiferet,
e nesta postura de “três dentro de três” eles são enrolados dentro do ventre de
Biná. Desta forma ela provê uma transferência direta de Luz para eles,
assim como uma mãe faz com um feto dentro do seu útero.
O segundo termo
refere-se ao estágio onde as sefirot acabaram de sair do útero de Biná
Imma,
mas como uma criança recém-nascida ainda precisam da “nutrição” direta (da Luz)
de sua “mão”, i.e. Biná. Este estágio corresponde as sefirot de Chesed,
Guevurá e Tiferet, pois o tamanho do partzuf
é agora igual a todas as seis sefirot de Iesod até Chesed.
O último termo,
mochin-cérebro, é outra forma de se referir as sefirot de chochma,
Biná
e Daat, que funcionam como o “cérebro” do partzuf. Este
estágio também é chamado “fase adulta” ou “maturidade”, e o tamanho do partzuf
é correspondentemente aumentado. O partzuf já cresceu ao seu tamanho total de
dez sefirot; está agora completo e inteiro (No último post do capítulo 1
faremos uma revisão explicando mais este assunto através de tabelas).
Os níveis de
evolução da alma passam pelos mesmos três processos de estágio do
desenvolvimento espiritual.
Todos partzufim
desenvolvem-se em direção à completude através destes três estágios; e nós estamos
sendo ensinados aqui
que todos os
níveis atingidos na
evolução da alma espiritual.
Então merece a Ruach,
que vem de YETZIRÁ. É o mesmo ao respeito
à Neshamá de BERIÁ, Chaiá [do mundo de ATZILUT]
e Iechidá [que corresponde ao nível chamado "Adam Kadmon" "Homem
Primordial"]. No entanto, este não é
o local para elucidar.
6. ASSIÁ
difere ASSIÁ é diferente de YETZIRÁ, BERIÁ e ATZILUT
É importante explicar a diferença entre as Nefashot ASSIÁ, e o resto das
divisões, YETZIRÁ, BERIÁ e ATZILUT. Isto também irá nos ajudar a responder uma pergunta
difícil: Como pode uma pessoa, cuja raiz está Em Malchut de ASSIÁ,
ser capaz de ascender até keter de ASSIÁ? Já que [todos os filhos
de Israel precisam reencarnar até todos os aspectos de NRNCh"Y estejam
completos], então, necessariamente, todo
filho de Israel
ascenderá até keter de ASSIÁ, [e eventualmente], para keter de YETZIRÁ, e [finalmente]
para keter de BERIÁ. [Que sendo o caso, então] todos os outros níveis
[inferiores] irão [eventualmente] se nulificar!
Já que todos os
Filhos de Israel (Israel vem da raiz Yeshar+El, direto a D-us, todos os que buscam ligação direta com D-us
são chamados filhos de Israel), depois de todo seu gilgulim, eventualmente irão alcançar o nível mais elevado,
ninguém será diferente e ninguém permanecerá em nenhum dos níveis inferiores.
Portanto, este nunca poderá ser o caso!
Há “líderes de
milhares de Israel” no lado de keter e ”sábios” no lado de Chochma,
no entanto, isto é inimaginável. Obviamente, há filhos de Israel que estão no
nível de Malchut, e outros de Iesod etc., conforme mencionado no início
do Sefer HaTikunim: “Há
“líderes de milhares
de Israel” no
lado de keter, “sábios” no lado de Chochma e “sensatos” no lado de Biná…”
Claramente, os filhos
de Israel são claramente compostos de muitos tipos de indivíduos com diferentes
habilidades e forças, que são determinadas pela sua alma raiz. Porém, a explicação
é baseada sobre a diferença entre ASSIÁ e todos os outros três mundos.
Pois, alguém
cuja raiz está em Malchut de ASSIÁ está, obviamente, enraizado lá
especificamente. Ainda que, ao retificar
suas ações possa purificar sua Nefesh, nível após nível, até que de
fato alcance e torne-se parte de keter de ASSIÁ.
Contudo, ainda
que ascenda até keter de ASSIÁ, mesmo lá permanece no nível
de Malchut
de keter
de ASSIÁ,
já que sua raiz está no nível de Malchut especificamente.
O nível de sua alma
raiz de Malchut de ASSIÁ permanece, ainda que ascenda como
resultado de seus aperfeiçoamentos espirituais. Por causa de sua raiz em Malchut,
quando ascende até keter de ASSIÁ torna-se Malchut naquele nível.
No entanto, precisa
ser purificado até que possa, de fato, ascender até keter de ASSIÁ, embora fosse
chamado somente o nível de Malchut de keter de ASSIÁ.
Isto é verdade em relação a qualquer dos níveis de ASSIÁ [para o qual pode
ascender]: somente será considerado Malchut daquele nível.
Por exemplo, se atingir
Iesod
de ASSIÁ,
ainda será considerado Malchut de Iesod de ASSIÁ
etc.
Porém, em
relação a YETZIRÁ, BERIÁ e ATZILUT, este [processo]
é diferente. Uma pessoa cuja alma raiz está em Malchut de YETZIRÁ,
que corrigiu e completou este nível, também recebe uma Ruach de Iesod
de YETZIRÁ
depois de ter também purificado e corrigido Iesod de YETZIRÁ.
Ao invés de
simplesmente se tornar Malchut de Iesod de YETZIRÁ,
como é no caso no nível de ASSIÁ.
A primeira Ruach
que ele teve de Malchut de YETZIRÁ continua abaixo [em seu
lugar original] em Malchut de YETZIRÁ, já que é de lá que ela
pertence.
Ao contrário dos
níveis em ASSIÁ que atualmente ascendem de nível a nível.
ASSIÁ
é o nível mais inferior de todos os mundos, e é, portanto, cercado pelas klipot.
Igualmente, quando
completa Hod de YETZIRÁ, deixa a segunda Ruach
que obteve de Iesod em Iesod de YETZIRÁ, e, em lugar, recebe
uma Ruach
de Hod
de YETZIRÁ. E esta é a forma que ele continua até keter
de YETZIRÁ.
Já que corrigiu todos
os níveis de sua Nefesh de ASSIÁ, é capaz de receber Ruach
de todos os níveis de YETZIRÁ. Será igualmente com respeito à Neshamá
de BERIÁ.
O motivo para esta
diferença é que ASSIÁ é o nível mais inferior de todos os mundos e é, portanto,
cercado pelas klipot.
A palavra klipot
significa “cascas”, como a casca de uma fruta, ou a concha de uma noz. Isto se
refere ao extremo oposto da pureza e santificação espiritual, e é, portanto, o
elemento dentro da criação que torna possível a impureza espiritual e as ações
negativas. Algumas klipot são chamadas ”Chitzoniyot,” que significa “Externalidades”. Sendo o menor elemento espiritualmente puro na
criação estando na maior distância da luz, e, portanto, no fundo de todos os
mundos.
Conseqüentemente,
mesmo que uma pessoa já tenha corrigido o nível raiz de sua Nefesh
em ASSIÁ,
ainda, se deixá-lo naquele nível, há o temor que as klipot lá o trancarão
nele.
Já que o mal não
tem existência independente de si mesmo, ele deriva da nutrição espiritual e força
do lado da santidade, mas para seus próprios propósitos negativos.
Quanto mais próximo
algo santo está das klipot, mais vulnerável é, e mais desejável aparece para as klipot
como fonte de nutrição.
Portanto,
[precisa-se constantemente refinar suas ações] até se elevar tão alto quanto possa
[até atingir sua raiz] em keter de ASSIÁ.
Porém, no Mundo de
YETZIRÁ,
e quanto mais ainda nos mundos acima dele, não há temor de que as klipot
o tranque como havia em ASSIÁ.
A habilidade das
klipot
trancar é eliminada neste nível mais sublime. Conseqüentemente, quando uma pessoa
corrige a raiz de sua Ruach em YETZIRÁ, ela pode corrigir
outra Ruach de um nível mais elevado.
Então a primeira
Ruach
pode permanecer em seu lugar, em sua raiz. Ela pode adquirir uma segunda do lugar
mais elevado sem ter elevado a primeira Ruach ao lugar mais elevado por causa
do temor [das klipot o trancar] não está lá [no mundo de YETZIRÁ].
1.7. Ser como Moisés
(O assunto desta
seção é uma interpretação esotérica do verso de II Samuel 14:14, de acordo com
o princípio que foi explicado na seção anterior sobre a diferença entre ASSIÁ
e os mundos acima dele.)
O seguinte é o
significado esotérico do verso, D-us poupará [yisa] ninguém [Nefesh]; Ele
considera os pensamentos de modo que ninguém seja banido dele. (II Samuel
14:14).
Estas
considerações, que ninguém será banido, é unicamente pelo bem de NEFESH,
já que a Nefesh está em ASSIÁ, e assim, por causa das klipot
lá, está em perigo de ser “banido dele”. O entendimento esotérico do verso é
que está falando sobre da pessoa, pedindo que não seja ‘banida’
O “banido”
refere-se ao filho do Rei David, Absalom, que fugiu de seu pai depois de ter
seu meio irmão, Amnon, morto por vingança por violar a irmã de Absalom, Tamar.
O verso é dirigido ao Rei David, pedindo a ele para permitir que Absalom retorne
para casa. No entanto, o Sod (entendimento místico) do verso é que
está falando sobre a Nefesh da pessoa, pedindo a D-us que não seja “banido”
entre as klipot que podem se agarrar a ela.
Portanto, por causa
disto o remédio para a Nefesh é que “D-us poupará yisa a Nefesh“.
A palavra empregada
pelo verso yisa é traduzida como “poupará”, mas a tradução mais literal é
“levantará”, que leva a seguinte explicação esotérica do verso:
Em outras palavras,
D-us não “levantará” [noseh] e elevará uma pessoa para dar a ela outra Nefesh
de um nível mais elevado que sua raiz atual. Que seria necessário deixar para trás
a primeira neste lugar, deixando-a vulnerável às klipot lá.
Em outras
palavras, a pessoa que mouveu-se para um nível mais elevado da Nefesh,
o nível inferior da Nefesh que foi deixado para trás deixaria de ser utilizado, o que
a tornaria vulnerável às klipot.
Assim, Ele
[D-us] não o dará outra Nefesh, mais elevada e exaltada. Pelo contrário, a Nefesh original
em si ascende ao alto de acordo com as ações da pessoa, até o nível de keter de
ASSIÁ. Ela nunca possuirá qualquer outra Nefesh.
Recebe uma
adicional, mais elevada Ruach, no entanto, este não é o caso
em YETZIRÁ
e os outros mundos, onde sua Ruach ou sua Neshamá etc., continuam
no nível de sua raiz. Em vez disso, a pessoa recebe uma adicional, mais elevada,
Ruach
compatível com a perfeição de seus atos, como discutido anteriormente.
Além do Mundo de
ASSIÁ
a santidade é tal que as klipot não podem agarrar-se em um nível de alma
desocupado. Portanto, o nível de alma do
qual uma pessoa ascende não precisa ascender com a pessoa conforme ela sobe
nível a nível.
Este é o
significado esotérico da declaração bem conhecida: Toda pessoa pode ser como nosso
professor Moisés [i.e.] se ela estiver disposta a aperfeiçoar suas ações. Pois [fazendo isto] ela continua adquirindo níveis
elevados de Ruach até [finalmente atingir] o nível mais elevado de YETZIRÁ.
Semelhantemente,
[este avanço continua, e a pessoa pode finalmente obter] uma Neshamá
da parte mais elevada de BERIÁ etc.
1.8. Ajuda dos Céus
De acordo com isto,
você também pode entender outro conceito bem conhecido por nossos Rabis: Ruchot
ou Neshamot
dos justos são infundidas em uma pessoa, de acordo com o princípio esotérico chamado
“ibur“, para ajudar uma
pessoa em seu serviço a D-us.
O conceito de ibur aqui não é o mesmo conceito
que mencionamos anteriormente na Seção Cinco, apesar da nomenclatura ser a mesma. Literalmente, ibur refere-se ao embrião
durante o estado de gravidez.
Neste caso, refere-se
à “impregnação” de uma pessoa com a alma de um tzadik, que desce até a alma de uma pessoa
viva para ajudá-la em suas devoções espirituais.
|
O Talmud nos diz
que alguém que vem para purificar a si mesmo é ajudado do Alto Conforme está escrito
no Midrash Ne’elam, [ainda] na [forma] de escrita manuscrita, em relação à
declaração de que “Alguém que vem para purificar a si mesmo, eles o ajudam”.
O Midrash
Ne’elam é um dos livros incluídos no Zohar. O Talmud (Shabbat 104a) nos diz que
alguém que vem para purificar a si mesmo é ajudado do Alto. O Midrash Ne’elam explica agora esta
declaração de acordo com o Rabi Nathan.
Rabi Nathan
disse: As almas dos justos vêm e o ajudam.
Este é o tipo de
ajuda do alto que pode ser concedida. A alma do tzadik descerá e se impregnará com a alma de uma pessoa que se
propõe a purificar-se. [Isto é, também, uma forma de Inspiração Divina] Fontes
semelhantes são encontradas em outros lugares dos escritos sagrados.
A alma do Rav Hamnuna
Sabba apareceu em forma de um simples trabalhador transportando mercadorias em
um burro
O mesmo é encontrado
na Introdução ao Zohar, em Gênesis, aonde Rav Hamnuna Sabba vai até Rabi Elazar
e Rabi Aba no aparecimento de um carregador de burro etc.
Isto é, a alma
de Rav Hamnuna Sabba apareceu para Rabi Elazar e Rabi Aba na forma de um
simples trabalhador que transportava mercadorias em um burro, para revelar a
eles os segredos do Zohar.
Sem dúvida, as Ruchot
e Neshamot
dos tzadikim
estão “escondidas” e “vinculadas” com
o “Pacote de Vida”, cada uma em sua raiz respectiva, e D-us não faz com
que elas desçam totalmente. No entanto, o
que desce são as Ruchot que permaneceram para trás em cada nível de YETZIRÁ,
e que não ascenderam, conforme falamos.
À medida que a
pessoa justa ascende de nível a nível no Mundo de YETZIRÁ, ela deixa para
trás os níveis anteriores de Ruach, pois ela recebe novas no novo lugar.
Os níveis de Ruach que não são mais
usados tornam-se disponíveis para descer e ajudar os outros precisando da
assistência Divina em seu serviço a D-us.
|
São
estes que descem e entram em outras pessoas para ajudá-las. No entanto, o nível mais elevado da Ruach que a
pessoa justa adquiriu como resultado de suas ações é conectada para
sempre no “Pacote de Vida” [depois que morre], e não se move de lá. Isto é verdade em relação aos [níveis de] Neshamá,
Chaiá
e Iechidá
também. ASSIÁ é o nível mais inferior dos mundos, em proximidade às klipot,
e em constante perigo de ser atacada por elas.
Quando cada nível
de ASSIÁ
é completado, o nível perfeito de Nefesh (de ASSIÁ) em si ascende para
o próximo nível (i.e., ao mesmo aspecto da alma raiz do próximo nível). Desta forma
todos os níveis completos de ASSIÁ ascendem para um lugar mais elevado
em ASSIÁ,
keter
de ASSIÁ
(embora, de acordo com o aspecto da alma raiz original).
Nos mundos superiores
de YETZIRÁ,
BERIÁ
etc., a situação é diferente. Lá, cada nível
completo de alma permanece em seu lugar.
O motivo para
esta diferença também foi explicada. ASSIÁ é o mais inferior dos mundos. Conseqüentemente,
está em proximidade das klipot, e em constante perigo de ser
atacada por elas. Portanto, cada nível completo de alma ascende para um nível
mais elevado para se distanciar o tanto quanto for possível das klipot. Nos mundos superiores, no entanto, não há tal
perigo. Logo, cada nível completo de alma pode permanecer em seu lugar.
Baseado nesta
diferença entre ASSIÁ e os mundos superiores, digressionamos nesta seção para
aprender algo sobre o conceito de ibur.
Já que houve uma ascensão de nível para nível no mundo de YETZIRÁ, os níveis
inferiores da alma que foram completados continuam lá e permanecem no lugar,
estão agora disponíveis para descer e impregnar as almas de outras pessoas.
Esta infusão, ou ibur, toma lugar para ajudar estas pessoas em seu serviço
divino.
O texto agora retorna
para discutir outra diferença entre ASSIÁ e os mundos superiores de YETZIRÁ, BERIÁ etc.
1.9. Asyia é Somente Uma Sefirá
Há um segundo motivo
para a diferença entre ASSIÁ e os outros mundos.
Como sabemos, todos
os mundos tem dez sefirot [coletivamente].
Agora ASSIÁ,
em sua totalidade, tem somente uma Sefirá [das dez coletivas], a Sefirá de Malchut.
No sistema das
dez sefirot gerais, o Mundo de ASSIÁ corresponde com a Sefirá de Malchut,
enquanto que o Mundo de YETZIRÁ corresponde às seis diferentes e separadas
sefirot:
Chesed, Guevurá, Tiferet,
Netzach,
Hod
e IeSod. Assim, o Mundo de ASSIÁ é uma Sefirá
homogênea, enquanto que YETZIRÁ é composta de seis sefirot diferentes.
Assim, a Nefesh
que está lá é capaz de elevar-se até keter de ASSIÁ, pois é tudo uma Sefirá.
Em outras
palavras, mesmo que ASSIÁ tenha muitos níveis, eles são níveis de uma Sefirá,
e, portanto, conectadas uma a outra, que permite
o movimento entre eles.
Os cinco partzufim
em cada mundo Arich Anpin, Abba, Imma, Zeir
Anpin e Nukva correspondem
aos cinco níveis da alma de uma pessoa.
No entanto, YETZIRÁ
corresponde às seis sefirot: Chesed, Guevurá, Tiferet,
Netzach,
Hod
e Iesod,
cada qual é um nível separado. Portanto,
se a raiz de alguém está em Malchut de YETZIRÁ e torna-se corrigida,
ela não pode ascender e tornar-se parte de Iesod de YETZIRÁ. Precisa permanecer abaixo e ela terá que adquirir uma nova
Ruach
de Iesod
de YETZIRÁ
se ela quiser tornar-se elevada através de suas ações. Isto é verdade para o restante das “Seis
Extremidades” também.
Em Hebraico, o termo
é “Sheish
Kitzvot,” as seis extremidades, outro nome para as seis sefirot de YETZIRÁ.
Os cinco partzufim
em cada mundo - Arich Anpin, Abba, Imma, Zeir Anpin e Nukva - correspondem aos
cinco níveis da alma de uma pessoa, que são a base do topo: Nefesh,
Ruach, Neshamá, Chaiá e Iechidá.
Nefesh
é de Nukva
[Malchut]
de Zeir Anpin, enquanto Ruach
é de Zeir
Anpin em si.
Isto é, as seis
sefirot: Chesed, Guevurá, Tiferet, Netzach,
Hod
e Iesod.
“A
Sabedoria dá vida ao seu dono”
Neshamá
é de Imma
[Biná]
e Chaiá
é de Abba,
que é chamado Chochma, pois é o local da vida, conforme tem sido ensinado a respeito
do versículo, “A Sabedoria dá vida ao seu dono”. (Ecles. 7:12)
Iechidá
é de Arich
Anpin, chamado keter, pois está isolado e especial…
A palavra Hebraica “Iechidá” significa “isolado” e “especial”. O partzuf de Arich Anpin está isolado
e especial em ralação a todos os outros partzufim.
Está sozinho e especial
em relação ao resto das sefirot, pois lhe falta uma contra parte
“feminina”.
Nukva
é a consorte feminina de Zeir Anpin. Abba-pai tem uma contraparte
feminina, Imma-Mãe. Arich Anpin, no entanto, não tem uma
contraparte.
Isto é conhecido
pelo verso, “Veja agora que eu, eu o sou” (Deut.32:39), conforme elucidado no
Zohar, na Parashat Bereshit.
Este verso é falado
por D-us, que não tem contraparte. Arich Anpin também é chamado
“Eu”. Assim, no nível de Arich
Anpin, o nível mais elevado e próximo ao Único D-us, o Criador
Infinito, não há contraparte e nenhum partzuf feminino correspondente.
1.10. Gilgulim & Justos
Saiba, que se uma
pessoa merecer obter sua Nefesh, Ruach e Neshamá, e depois as mancha através
do pecado, ela terá que reencarnar para corrigir o dano.
|
O processo de gilgul e tikun será explicado ao longo do restante do livro, começando
com o próximo capítulo. O ponto principal aqui está no próximo parágrafo.
Quando retorna em
um gilgul com
sua Nefesh e a corrige, sua Ruach não se junta a ele. Isto é
porque sua Ruach continua manchada, e não pode repousar sobre uma Nefesh
corrigida.
A palavra Hebraica
para “convertido” é ger, uma palavra que também significa “estranho”.
Provavelmente
ambos os significados são aplicáveis aqui.
Em outras palavras,
níveis corrigidos das almas não residem no mesmo corpo que um manchado. No que
discutimos anteriormente, a pessoa adicionava novas divisões de alma, não
manchadas, para divisões já corrigidas de sua própria alma. No entanto, quando
pecou e precisou voltar outra vez, o processo de tikun mudou. Ela não pode adicionar aspectos manchados da
alma em cima das partes que já foram corrigidas. Portanto, sua Ruach [manchada] reencarnará em outra pessoa, juntando-se
com a Nefesh de um convertido. A Neshamá fará também o mesmo.
A palavra
Hebraica para “convertido” é ger, uma palavra que também significa “estranho”.
Provavelmente ambos os significados são aplicáveis aqui. A Nefesh que irá sediar esta Ruach
manchada precisa ser a Nefesh de um convertido, mas em
relação à Ruach sem abrigo também será a Nefesh de um estranho.
O motivo para
isto é explicado em outro lugar, no capítulo 4, seção 2, baseado no Sha’ar
Ma’amrei Rashbi, Parashat Mishpatim, 98.
Pessoas justas são maiores na morte do
que durante suas vidas.
|
E a Nefesh
que foi corrigida receberá uma Ruach corrigida de uma pessoa justa que foi semelhante a ela em alguma boa
ação particular que ela fez. Ela realmente vai tomar o lugar de sua própria
Ruach. Semelhantemente, se corrigir sua Ruach
[manchada] completamente, então receberá uma Neshamá de alguma pessoa justa,
que atuará em lugar da sua própria Neshamá. Este é o significa esotérico do que Chazal
diz: “Pessoas justas são maiores na
morte do que durante suas vidas”. (Sanhedrin 47a). ”Já que sua Ruach
pode cumprir esta função importante na vida dos outros.
Agora, depois que
esta pessoa morre, sua [própria corrigida] Nefesh irá junto com esta Ruach
[de uma pessoa justa] e através dela [i.e. a Ruach] recebe a benção apropriada para
si. Quando sua própria Ruach, que se
juntou com a Nefesh de um convertido, torna-se completamente corrigida, então
sua Nefesh
original dirá, “Eu irei e retornarei para meu primeiro marido”, já que foi
corrigida.
Em outras palavras,
depois de partes de sua própria alma serem corrigidas, elas podem depois se
reunir em outro gilgul, e
retornar juntas.
Isto funciona da
mesma forma para a Neshamá com respeito à Ruach. Depois que a pessoa morre,
elas retornam em um gilgul e
atingem o tikun juntas.
Fim da Introdução [Original] do Capítulo Um.
1.11. Nefesh do Ger [Converso, Estrangeiro]
O conceito de “Nefesh
do Ger” [convertido, estrangeiro] será mencionado várias vezes ao longo do
Sha’ar HaGilgulim. Será útil analisar isto agora em maiores detalhes. Já
aprendemos do Ari várias regras importantes. Primeiramente, uma Ruach
não pode vir ao mundo até
a Nefesh
ser completamente corrigida, e a Neshamá não pode vir ao mundo até a Ruach ser completamente corrigida. Em segundo lugar, quando a Ruach vem ao
mundo, precisa vir abrigada dentro de uma Nefesh. No entanto, se a Ruach (e/ou a Neshamá)
já estiver no mundo junto com a Nefesh, e elas estão manchadas pelo
pecado, então a Ruach precisa ser corrigida depois de concluir a Nefesh,
mas então uma Ruach manchada não pode entrar no mundo abrigada dentro de uma Nefesh
corrigida. A Nefesh corrigida não pode ser um veículo ou vestimenta externa
para uma Ruach (ou Neshamá) manchada. Porém, a Ruach e a Neshamá não podem entrar no
mundo sem o intermédio da Nefesh. Como pode a Ruach e a Neshamá nunca entrar no mundo
para atingir correção?
A resposta para este
enigma é o conceito de “A Nefesh de um
Ger (estrangeiro, convertido)”. A Ruach ou Neshamá entram com a Nefesh
de um Ger, se oculta dentro da Nefesh
e desta forma, entra no mundo com a Nefesh
de um Ger como seu intermediário ou
interface.
Primeiramente, quando
esta Nefesh
se junta com a Ruach ou Neshamá, ela já estava no mundo. O
converso já fez o que era necessário para merecê-la.
Em segundo lugar,
o Ari explicará nos próximos capítulos que há três tipos básicos de alma: NOVAS ALMAS,
ALMAS PARCIALMENTE NOVAS (descendentes de
Kayin e Hevel)
VELHAS ALMAS. A Nefesh de um Ger
é um quarto tipo. A seguir estão as palavras relevantes do Ari no
final do Capítulo Sete do Sefer HaGilgulim.
Há outras
Nefashot [plural de Nefesh] de convertidos que caem da Klipa Noga, que é
composta de bem e mal, conforme mencionado na Parashat Vayakhel, p. 203. Elas são das relações conjugais das almas dos
tzadikim [justos] que entram toda noite ao Jardim do Paraíso terrestre, conforme
mencionado em Beshalach, p. 188. As divisões
das almas dos Israelitas, no entanto, são três. Elas são novas almas,
intermediárias, que são as almas de Kayin e Hevel, e velhas, que saíram de Adam
HaRishon [quando ele pecou] e elas caíram nas Klipot.
Em terceiro
lugar, aprendemos que é possível para uma Ruach manchada, cuja Nefesh foi
concluída, entre no corpo de uma pessoa, um estrangeiro, mas não necessariamente
um convertido, que possua uma Nefesh não concluída. Isto é chamado Gilgul Duplo (veja 4:4).
Aqueles que
desejarem examinar este conceito mais extensivamente podem ler a tradução e
explicação de uma seção relevante do Zohar na Nota #10.
NOTAS:
10 Se ele tomar
uma esposa diferente considere as palavras de Sabba conforme aparecem no Zohar
(Êxodo, Mishpatim, pp.98b – 99a, Sulam: 88 – 96), a fonte pós-bíblica do
conceito de “Nefesh do Ger“.
Uma seção relevante
do Zohar é atualmente uma exposição do verso, “Se ele tomar uma [esposa]
diferente…” (Êxodo 21:10). Trata-se de uma
garota Israelita que é vendida pelo seu pai quando ela ainda é menor de idade.
Ela é chamada uma “amah ivriyah“, uma escrava Israelita. A Torah exige que a
pessoa que comprou a escrava case-se com ela, ou case ela com um de seus
filhos. Se a pessoa não fizer isto até ela se tornar adulta [aos 12 anos de
idade] então terá que dar presentes e ela sai livre. Se a pessoa ou um de seus
filhos não se casar com ela, então ela tem direito de receber amor e respeito
devido a cada esposa Israelita, que é definido pelas três categorias, “… sua comida,
sua roupa e seu tempo qualitativo de intimidade”. Mesmo “se ele tomar uma
esposa diferente”, ele nunca poderá negar a esta mulher seus privilégios,
plenos e sem preconceitos. No entanto, o Zohar está considerando esta situação
de um ponto de vista esotérico.
Fonte no Zohar
Todas aquelas almas
dos convertidos que saíram do Jardim do Paraíso, escondidas.
Em outras palavras,
aquelas almas que não nasceram de uma Semente Sagrada.
Normalmente, as almas
vem do Alto Jardim do Paraíso a este mundo passando pelo Jardim Inferior, e então
através da Semente Sagrada no mundo, mas estas não vieram normalmente. De repente, elas pareceram muito longe, e de alguma
forma fizeram seus caminhos de volta. Este caminho é chamado “oculto”.
Quando elas
deixaram este mundo, as alas que eles [os convertidos] ganhará do Jardim do Paraíso
– para que lugar elas retornaram?
Note que estas almas
já estavam no mundo. Os convertidos, através
de suas ações, as mereceram. A questão é como foi que elas voltaram ao seu
lugar no Jardim do Paraíso do Alto, e onde elas estavam neste meio tempo?
Se elas tivessem
saído de uma maneira normal e conhecida, então elas poderiam atravessar o caminho
reverso e voltar ao Paraíso. No entanto,
estas almas vieram “escondidas”. Como elas voltarão? Seu caminho é oculto. E se
elas não voltarem, então onde elas estão?
Fomos ensinados
que a primeira pessoa a tomar posse da propriedade de um convertido merece
tê-lo.
Há duas regras
na Lei Oral [Hal acha] que são relevantes a esta declaração.
(1) Qualquer Israelita
tem um herdeiro. Isto é algo relativo, porém
distante, quem tem o direito a herdar sua propriedade. Quando ele morre, sua propriedade nunca entra
“em disputa” já que há alguém que tem direito legal para herdar isto.
(2) Em
contraste, um convertido não tem uma árvore genealógica Israelita que volta
atrás por gerações. Ela pode morrer e não
ter herdeiros. Em tal caso a regra é que
sua propriedade entra em disputa. Que pega
a propriedade do convertido que morreu e não deixou herdeiros para a
propriedade.
É o mesmo aqui com
todas estas Neshamot sagradas e elevadas que são designadas pelo Santo,
bendito seja Ele, para descer, como explicamos.
De acordo com o
Ari, estas são as Ruchot e Neshamot que foram manchadas em sua
vidas passadas.
Elas saem em um
tempo específico para jogar no Jardim do Paraíso [Inferior], e elas encontram as
almas dos convertidos. Aquele que toma conta
de uma destas almas uni-se com ela, merece-a, se oculta nela, e sai. Já que suas
Nefesh
estão completas, agora é o momento para elas reencarnarem. No entanto, elas não podem ocultar-se dentro de
suas Nefesh
corrigidas, pois elas estão manchadas. O que vão fazer? Elas encontram as almas
dos convertidos, se agarram neles, ocultam-se dentro deles, e com estas vestes
eles nascem no mundo.
Eles existem
dentro destas vestes, e continuam no Jardim nestas vestes, pois todos aqueles que
estão existindo dentro do Jardim do Paraíso [Inferior] não podem existir lá se
não estiverem vestidos.
Se você disser, “Por
causa destas vestes, estas almas serão negadas ao êxtase que era delas desde a
primeira!”
Talvez isto esteja
falando sobre a Nefesh original ou a Ruach/Neshamá.
Esta Nefesh terá sido enganada, pois
ela precisa agora existir sem uma Ruach ou Neshamá, que passou a se juntar
com a Nefesh do Ger. Ou, talvez,
está falando sobre a Ruach em si que está oculta dentro da
Nefesh do Ger. A última atua como uma
imposição bloqueando uma parte do êxtase que era suposto a ser absorvido pela Ruach/Neshamá. O Sabba responde.
Veja, está escrito,
“Se ele tomar outra [esposa] para si mesmo, então ele não deverá negar a ela comida,
sua roupa e seu tempo qualitativo de intimidade“. No Jardim ele existe abrigado dentro desta veste
que ele pegou e mereceu, mas quando ele se eleva de lá ele a remove porque ele
não precisa existir lá dentro de uma veste.
Então, quando a Ruach/Neshamá
sobe ao Jardim do Paraíso do Alto, despe-se da veste. A interposição é
removida, e está livre para reunir-se com a Nefesh original.
Mais ainda, a Nefesh
do Ger ganha um benefício importante.
Ela é trazida de volta ao Jardim do Alto, embora como uma veste, mas
agora que a Ruach se despiu de sua veste no Paraíso do Alto, a Nefesh
do Ger está lá por conta própria e como uma entidade independente.
A Nefesh é a interface
91 O Sabba
começou a chorar como tinha feito antes, e ele disse a si mesmo, Velho Homem,
Velho Homem, você certamente tem um motivo para chorar e derramar lágrimas sobre
cada palavra que está revelando. Mas é conhecido
pelo Santo, bendito seja Ele, e pela Santa Divina Presença que meu coração é
agradável e estou falando somente em seu serviço. Eles são os mestres de todas as palavras, e eles
são coroados por elas speaking only in their service.
They are the masters of all words,
and they are crowned by them [as palavras da Torah].
Todas estas almas
sagradas descem ao mundo para inspirar os seres humanos a tomar seus lugares, como
convém a cada um deles. Quando eles
descem cada um é vestido naquelas almas que discutimos [as almas dos convertidos],
e que é como eles entram dentro da semente sagrada.
Em outras palavras,
uma Ruach
ou Neshamá
é oculta dentro da Nefesh do Ger, e, desta forma, ela reencarna dentro da semente
sagrada, dentro do corpo de um Israelita.
É com estas vestes
que eles são capazes de existir e serem efetivados pelas coisas deste mundo. Quando esses envelopes [as almas dos convertidos]
atraem coisas desejadas deste mundo, então as santas Neshamot são nutridas dos
odores do cheiro destas vestes.
A Nefesh
de um convertido é uma veste que envolve as almas superiores dos níveis de Neshamá
e Ruach,
e é através desta veste exterior que envolve eles que as Neshamot e Ruchot
entram no mundo físico. Em outras palavras,
a Nefesh
de um convertido é a interface entre as almas superiores e o mundo físico.
A Neshamá
e Ruach
podem entrar no mundo somente quando estão envolvidos em uma Nefesh,
que atua como sua interface. Eles somente
podem beneficiar-se do mundo pelo sentido do olfato. Isto eles fazem através da interface da Nefesh,
e se eles não puderem usar suas próprias Nefesh, então eles usam a chamada Nefesh
do convertido, que é disponível para eles especificamente para este propósito.
“Você conhece a Nefesh do Ger”
Todas as coisas ocultas
que o Santo, bendito seja Ele, fez Ele colocou na Santa Torah, e tudo está na
Torah. Ele revelou as coisas ocultas na Torah, mas ele imediatamente as vestiu
em outra veste e as escondeu. O Sábio, que tem muitos olhos, é capaz de ver uma
coisa oculta dentro desta veste mesmo que esteja escondida lá. Eles detectam
quando é revelando mesmo que seja oculto novamente, e eles não perdem de vista
novamente apesar da obscuridade.
Em vários
lugares o Santo, bendito seja Ele, já advertiu sobre os conversos que o povo da
semente sagrada deve ter cuidado com eles.
O povo de Israel precisa ser cuidadoso com os
convertidos em seu meio, e não oprimi-los ou tratá-los com dureza de qualquer
forma, e sair de seu caminho para fazer os conversos sentirem-se confortáveis
e em casa tanto quanto possível. O Talmud
(Baba Metzia 59b) mesmo diz que a Torah alertou o povo de Israel sobre isto
não menos que 36 (e alguns dizem 46) vezes.
|
Em um destes
lugares está escrito na Torah (Êxodo
23:9), “Não oprima um Ger, pois vocês conheceram a Nefesh do Ger quando eram estrangeiros
na terra do Egito“. A continuação do Zohar enfatiza a necessidade de
entender este verso e o conceito da Nefesh do Ger em uma forma
esotérica, e não de acordo com o significado simples.
Tendo avisado
sobre o Ger [o estrangeiro e convertido] em todos estes lugares Ele
agora leva a coisa para fora de sua cobertura e a revela. Isto é o que diz, “… pois
vocês conheceram a Nefesh do Ger e então é imediatamente oculto com as palavras, “…
quando eram estrangeiros na terra do Egito”.
Em outras
palavras, o Sabba está insistindo que nós não devemos entender este verso de
acordo com seu significado literal que como nós éramos estrangeiros no Egito, portanto
temos a habilidade de enfatizar com o convertido no nosso meio. Que pode ser
verdade, mas de acordo com o Sabba a Torah não está dando aqui uma ética
meramente psicológica baseada na experiência histórica do coletivo. Ela quer
que nós, neste ponto, para descontar as palavras “quando vocês eram
estrangeiros na terra do Egito”, que é uma mera veste para a mensagem
importante que “vocês conheceram a Nefesh do Ger“.
É como se a Torah
pensasse que ao ocultar algo, imediatamente ninguém vai prestar atenção a isto.
O Sabba pode muito
bem estar fazendo o que ele está “acusando” a Torah de fazer revelando uma medida
e ocultando duas. Ele nunca realmente explicou
a frase, "… vocês conhecem a Nefesh do Ger”
supostamente significa. ELe deixou isto para nós meditarmos, ou especularmos.
Ainda mais, o
Sabba nos revela agora que o significado esotérico do verso está falando sobre
o relacionamento da Neshamá (e Ruach) com a Nefesh do Ger.
É através desta Nefesh
do Ger que a Neshamá sabe as coisas deste mundo e é capaz de beneficiar-se
delas.
Em outras palavras, é através da Nefesh do Ger que todas as Neshamot e
Ruchot manchadas podem entrar no mundo. Este é o ponto principal.
|
.
A Nefesh do Ger é a interface, o mecanismo pelo qual as Ruchot e Neshamot manchadas conhecem o mundo e beneficiam-se dele.
O Zohar agora esclarece
o ponto comparando isto a uma nuvem como mencionado no verso, “E Moshe entrou
no meio da nuvem, e foi até a montanha…” (Êxodo 24h18min).
O Sabba começou,
e disse, “E Moshe entrou no meio da nuvem, e foi até a montanha…” O que é esta
nuvem? Isto é o que está escrito, “Eu coloquei meu arco nas nuvens…” Este arco
enviou sua veste [a nuvem], que foi dada a Moshe. Com esta veste ele foi capaz
de ir para a montanha, e através dela ele pode ver o que ele viu e se
beneficiar do que estava lá.
Em outras
palavras, a nuvem era a interface entre Moshe e o que foi revelado no Monte
Sinai.
Neste ponto os
membros da irmandade [que estavam presentes, Rabi Yossi e Rabi Chiya]
prostaram-se perante o Sabba. Eles choraram
e disseram, “Se nós tivéssemos vindo a este mundo somente para ouvir estas palavras
de sua boca, então teria sido suficiente”.
1. Ibur-Yenika-Mochin
Estas palavras
significam: Mochin - cérebro; Yenika - nutrição; Ibur -
embrião.
Todos partzufim
passam por estes três estágios de embrião, através do estágio de nutrição na infância,
até o estágio da vida adulta. Estes estágios
são paralelos aos estágios de desenvolvimento nos humanos. No último estágio,
quando a criança cresce e amadurece e torna-se um adulto, é dito que ele
desenvolve “uma mente própria”. Assim, o Arizal chama este estágio “Mochin“,
que significa cérebro ou mente. A seguinte tabela ajudará a ilustrar os
relacionamentos entre os estágios.
TABELA DE I-YaM (Ibur, Yenika, Mochin)
(1)
|
(2)
|
(3)
|
(4)
|
(5)
Nomes dos cérebros |
(6)
|
CHaBaD
|
Chochma
Biná Daat |
Mochin
Cérebro
|
Gadlut
Maturidade,
Maioridade, Grandeza |
Permutações do
Tetragrama |
Interno
|
ChaGaT
|
Chesed
Gevura Tiferet |
Yenika
Nutrição
|
Katnut
Imaturidade,
Infância, Pequenez |
Permutações do
Elokim |
Meio
|
NaHiY
|
Netzach
Hod YeSod |
Ibur
Embrião
|
Externo
|
O estágio
embrionário é o mais próximo do potencial, como esta tabela ilustra os estágios
de desenvolvimento, devemos lê-lo de baixo para cima.
A coluna 3 descreve o assunto fundamental
deste ensinamento, I -YaM: Ibur- Embrião, Yenika-Nutrição, Mochin-Cérebro/Mente.
O primeiro estágio
em desenvolvimento, Ibur-Embrião,
corresponde as três sefirot mais inferiores, Netzach, Hod e Iesod (coluna 2), cujo acrônimo é Nahiy (coluna 1).
O segundo
estágio corresponde à Chesed, Guevurá e Tiferet,
cujo acrônimo é Chagat.
O terceiro
estágio corresponde à Chochma, Biná e Daat,
cujo acrônimo é Chabad.
Em uma escala
indo de “potencial…” até “real” o estágio embrionário é o mais próximo ao
“potencial”. Neste estágio o partzuf
não é nem mesmo visível (quase inexistente) já que está oculto dentro do útero da
Imma-Mãe. Mesmo dentro desse lugar tem apenas
seis sefirot, e sua altura é de apenas uma fileira de sefirot porque Nahiy está
enrolada no topo de Chagat. Além disso, como um embrião dentro do útero da mão
ele não pode nem mesmo ser chamado de um partzuf independente.
No segundo estágio,
yenika-nutrição,
o partzuf
deixa o útero da mão, mas ainda é dependente dela. Este estágio é ainda katnut-infância
(lit. “pequenez”) do partzuf. Ainda tem somente seis sefirot,
mas é maior do que era antes. Sua altura agora tem duas fileiras de sefirot,
pois não está mais enrolado, e todas as seis sefirot estão completamente
visíveis. Portanto, corresponde agora à Chagat.
No terceiro estágio
a altura do partzuf é de três fileiras de sefirot, pois a fileira de Chochma,
Biná
e Daat
foi adicionada a ela. Estes são o mochin-cérebro/mente que foi
recebido de cima. Portanto, este estágio
é chamado Mochin. Seu complemento foi
concluído em dez sefirot. É agora completamente
independente, correspondendo ao estágio de Gadlut-Maturidade/Maioridade. Neste
estágio o partzuf já foi atualizado.
O estágio embrionário é o mais próximo
ao potencial.
|
Explicaremos agora,
com a ajuda de D-us, as colunas 5 e 6. De acordo com a Cabalá todas as cosias são compostas
de dois aspectos chamados de “a Luz” e “o Receptor”. O exemplo clássico destes
dois termos é o corpo (Receptor) e a alma (Luz, ou essência).
Também, todas as
coisas são feitas de combinações das letras da santa Torah. Estas letras não são
somente o código espiritual genético das coisas, mas elas também dão origem à
substância das coisas. Na Cabalá do
Arizal os receptores e essências são simbolizados por combinações e permutações
das letras dos santos nomes de D-us.
Quando uma
criança está em um embrião ou em nutrição ela ainda tem um cérebro, ainda que
este cérebro esteja em um estágio muito precoce e primitivo de desenvolvimento
e ele definitivamente não é comparável ao cérebro na fase adulta. Assim, no
estágio de katnut-infância os nomes dos cérebros são combinações e permutações
do nome Elokim. No estágio
de gadlut-maturidade
os nomes dos cérebros reais são combinações e permutações do nome de quatro
letras Tetragrama.
A Coluna 6 mostra uma nomenclatura
alternativa usada muitas vezes para estes três estágios – externo, meio e
interno. Isto é consistente com a regra que todos partzufim, ou partes dos
partzufim que são mais elevados que o outro mais interno que o outro; e todos
partzufim ou partes do partzufim que são externos ao outro são mais inferiores
que os outros.
2.1. Entrada de Níveis da Alma
Entrada da Nefesh, Ruach & Neshamá ao longo da
Vida
Quando uma pessoa nasce, sua
Nefesh entra nela. Se é adequadamente
corrigida através de suas ações, sua Ruach entrará nela no final do seu décimo terceiro ano quando se torna
uma “pessoa completa”.
Sua Neshamá entrará nela quando completar vinte anos, conforme está dito
no Zohar (Mishpatim 94b).
Isto está falando
sobre a situação ideal durante o primeiro gilgul da pessoa,
conforme veremos.
No entanto, se
não corrigir completamente sua Ruach, então a Neshamá não entrará e ela
continuará somente com sua Nefesh e Ruach. Da mesma forma, se
não corrigir completamente sua Nefesh, então permanecerá apenas com
sua Nefesh,
faltando sua Ruach e Neshamá. A Ruach e a Neshamá permanecerão em
um lugar conhecido ao Santo, bendito seja Ele, e há um lugar preparado para
cada uma.
Em
outras palavras, até a pessoa ser capaz de receber todas as partes de sua
alma, as partes que ainda não recebeu continuam ocultas por D-us até que a pessoa
esteja pronta para elas.
|
Terá que morrer e retornar para
receber a Ruach.
|
Agora, se uma
pessoa não corrige completamente sua Nefesh na primeira vez e morre então
sua Nefesh
terá que reencarnar, talvez até mesmo muitas vezes, até que seja
suficientemente corrigida. No entanto, já que ela alcançou o tikun através de um gilgul, mesmo depois da completa correção ser
alcançada sua Ruach não entrará [a menos que haja uma necessidade urgente,
conforme explicaremos].
Se tivesse sido
seu primeiro gilgul, então poderia
ter recebido sua Ruach enquanto estava vivo em seu corpo original. Este não é o
caso para a correção da Nefesh concluída durante um gilgulim subseqüente.
Ela terá que
morrer e retornar para receber a Ruach. Além disso, uma vez que a Ruach
seja suficientemente corrigida, então também terá que reencarnar antes de
receber uma Neshamá, como no caso da Ruach.
Depois de finalmente
corrigir sua Nefesh e morrer, na próxima reencarnação retornará com uma Nefesh
e uma Ruach. Quando a Ruach
for corrigida também, então morrerá e virá outro gilgul com uma Nefesh, Ruach e Neshamá.
Se a Ruach
não está completamente corrigida, então a Nefesh e a Ruach terão que voltar novamente,
talvez muitas vezes, até que a Ruach seja corrigida.
Quando a correção
é alcançada, então a pessoa morrerá e sua Nefesh e Ruach retornarão com a Neshamá
apropriada até que todas as três sejam corrigidas. Quando isto é feito, não há mais necessidades
para outros gilgulim. Quando sua Neshamá é completa, torna-se uma “pessoa
completa”.
2.2. Níveis de Correção
Se uma pessoa corrige
sua Nefesh,
e volta para receber e completar sua Ruach, mas durante este gilgul ela peca então sua Nefesh
não será afetada de tal forma que ela não precisará retornar para tornar-se
corrigida novamente.
Quando a Nefesh
é completamente corrigida e a pessoa retorna para trabalhar na Ruach,
sua Nefesh
está protegida contra qualquer dano. De outra forma, o processo de correção
poderia concebivelmente durar para sempre.
Em vez disso,
como ela agora tem uma Ruach, o pecado somente danificará a
Ruach,
e somente esta será a necessidade de correção.
Portanto, se uma
reencarnação adicional é necessária para corrigir a Ruach, então a Nefesh
[corrigida] e a Ruach [manchada] voltarão novamente juntas. Isto continuará até
que a Ruach esteja corrigida, depois disto terá que morrer para que a
Nefesh
e Ruach
corrigidas possam reencarnar com a Neshamá. Se ela faz isso e então peca,
então somente danificará a Neshamá, assim como explicamos com
respeito ao tikun da Ruach.
No entanto, há
dois níveis diferentes de correção, e o processo mencionado acima poderia ser
alterado em conformidade:
Eles irão
reencarnar juntos até que a Ruach seja corrigida.
Pode também acontecer
que a Nefesh torne-se corrigida e purificada em tal grande extensão que
não precisa voltar novamente com a Ruach para a correção da Ruach. Ao invés disso, a Nefesh permanece Acima em
um lugar fixado para ela, “ligada com o Feixe da Vida“.
Um dos
diferentes níveis de correção é tão completo que o nível da alma que foi
corrigido não precisa voltar novamente.
Em tal caso, a Ruach teria que
voltar sozinha para se corrigir. No entanto, isto não é possível.
|
A Ruach
não pode descer em um corpo sem a presença de uma Nefesh. Neste caso, no entanto, a Nefesh
que passou pelo tikun completo
não retorna para reencarnar. Portanto, ela reencarna com a Nefesh de um convertido,
conforme dito em Sabba d’Mishpatim [no Zohar]. Elas irão reencarnar juntos até
a Ruach
ser corrigida.
A Ruach,
portanto, descerá para juntar-se com a Nefesh do convertido, e eles irão reencarnar
juntos até a Ruach ser completamente corrigida.
Uma vez que isto
é alcançado, então a pessoa morre e a primeira Nefesh volta para
juntar-se com ela [a Ruach] para receber e corrigir a Neshamá.
Ou, a Ruach
pode voltar por si mesma com a Neshamá até que a Neshamá
seja corrigida, depois do momento que as três delas não precisem mais retornar,
e em vez disso é ”ligado com o Feixe da Vida“, conforme convém a elas.
Quando todos os três
níveis da alma Nefesh, Ruach, Neshamá são corrigidos, não
há mais necessidade para gilgul
Foi dito previamente
que a Ruach não entra num corpo sem a presença de uma Nefesh.
Neste caso, no entanto, onde a Ruach foi completa quando estava
junta da Nefesh de um convertido, então
a Ruach
corrigida pode servir como veículo e base para a entrada de sua Neshamá,
como se tivesse ambos Nefesh e Ruach. Neste caso, portanto, a presença da Nefesh
não é absolutamente necessária.
Em todo caso, quando
todos os três níveis de alma: Nefesh, Ruach, Neshamá
são corrigidos, não há mais necessidade para gilgul, e todos os três continuam “ligados com o Feixe da
Vida“, como convém a elas.
O Arizal agora
volta para considerar o fato da Nefesh do convertido que foi o
veículo para a Ruach que veio ao mundo sem a Nefesh, pois tinha
passado pelo tikun completo.
A Nefesh
do convertido que se juntou com a Ruach foi ajudada a realizar bons
atos neste mundo, e foi um veículo para ela neste mundo; através desta união a Ruach
foi capaz de atingir seu tikun. Esta Nefesh do convertido também se elevará com
a Nefesh original desta Ruach em particular.
As duas delas estarão no mesmo nível no Mundo VIndouro, como “vizinhos”,
e elas nunca serão partes de outro.
2.3. Recebendo um Ibur
Nesta seção o Arizal
divulgará novas informações sobre o conceito de ibur, que ele já discutiu no Capítulo 1 (veja Seção 5).
Primeiramente, no entanto, ele revisará uma regra importante que nós já estudamos
neste capítulo: a saber: se uma Nefesh atinge o tikun somente em um gilgul subseqüente
e não em sua primeira vida, então não pode receber Ruach no mesmo gilgul.
A pessoa precisa primeira morrer, e então sua Nefesh e Ruach
reencarnarão juntos.
Se uma Nefesh
reencarna e torna-se corrigida através de suas ações ao ponto que está pronta
para esta Ruach, ele não pode receber sua Ruach, conforme
explicamos. [Se este não é seu primeiro gilgul,
então] dois ou três níveis de alma não podem se unificar em um gilgul sem grande necessidade, conforme
mencionamos anteriormente. Ao contrário,
cada uma requer seu próprio gilgul.
Somente no primeiro gilgul a Nefesh,
Ruach e Neshamá podem ser corrigidas dentro de um único corpo
|
Primeiro a Nefesh
precisa ser corrigida, e então quando isto acontece, ela não receberá sua Ruach
até que morra. Então a Nefesh pode reencarnar e merecer a Ruach. O mesmo é verdade
para as duas delas; se elas tornam-se corrigidas ao ponto que elas estão
prontas para sua Neshamá, elas não podem recebê-la até que elas reencarnem novamente. Então elas poderão merecer sua Neshamá.
Como já aprendemos
somente no primeiro gilgul a Nefesh,
Ruach
e Neshamá
podem ser corrigidas dentro de um único corpo. Depois disto, a pessoa precisa
reencarnar para se movimentar de um nível para outro, mesmo que ela termine um
nível “mais cedo”.
O que acontece com a Nefesh que já está
corrigida, mas não tem a Ruach?
Nós estamos
falando sobre depois do primeiro
gilgul, quando não é
possível receber outro nível de alma sem reencarnação. O que acontece, porém, neste meio tempo até a
reencarnação, se a Nefesh já foi corrigida?
Este é o Sod
["segredo]: Do mesmo nível de pureza e extensão do tikun atingido por esta Nefesh, haverá de
reencarnar no corpo desta pessoa, enquanto ainda está viva, a Nefesh de um justo
tzadik que já completou o gilgulim e
as correções, e não precisa reencarnar aqui.
Ao entrar lá, a Nefesh deste tzadik toma o lugar da Ruach desta pessoa.
Um gilgul normal
envolve a reencarnação de uma vida para outra.
Então, do
momento que a Nefesh se torna corrigida, a Nefesh de uma pessoa justa entrará
nela e preencherá o papel da Ruach que não pode descer.
Algumas vezes, é
até mesmo possível para as almas dos tzadikim mais antigos, como a Nefesh do nosso
patriarca Abraão, ou almas semelhantes, reencarnar. Isto depende do tikun e a purificação da Nefesh
da pessoa.
Gilgulim [deste tipo] que ocorre durante
a vida da pessoa é chamado pelos Rabis, “Sod [segredo do] ibur“. E esta é uma diferença básica entre um gilgul normal e um ibur.
De acordo com o
que aprendemos aqui, um gilgul normal
envolve a reencarnação de uma vida para outra. Ibur, por outro lado, é a “impregnação” de uma pessoa pela alma de um justo tzadik
corrigido, pois a Nefesh já completou seu tikun,
mas não pode receber Ruach sem reencarnar já que o tikun não ocorreu no seu primeiro
gilgul.
2.4. Ibur de Almas Justas
Algumas vezes é possível,
mesmo neste último período da história, para a Ruach de um tzadik
(justo), mesmo de um dos Patriarcas, vir como um Ibur.
Isto tudo
dependerá do nível da Mitsvot (plural de Mitsvá = ação espiritual que nos
conecta com a Luz) sendo realizada pela pessoa.
Algumas Mitsvot têm o poder de atrair a Nefesh de um tzadik em Ibur, enquanto outras podem atrair a Ruach
do tzadik.
É também possível
para a pessoa receber a Nefesh de um tzadik, e depois
merecer outra Nefesh de outro tzadik, ainda mais elevado que o primeiro. Em
tal caso, ela terá sua própria Nefesh, a Nefesh do primeiro tzadik
atuando como sua Ruach, e a segunda Nefesh, mais elevada, atuando no lugar
de sua Neshamá.
Assim, em uma vida pode merecer uma
Ruach e uma Neshamá, embora não seja sua própria.
|
Ou, talvez, a
Nefesh se tornará perfeita ao ponto que já recebeu a Nefesh de um tzadik, e merecerá
a Ruach de um segundo tzadik, até, possivelmente, a Ruach do Patriarca Abraão!
Não há geração
em que não há alguém como Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Samuel…
Neste caso, a Ruach
do segundo tzadik agirá como sua Neshamá, e a Nefesh do primeiro tzadik
agirá como sua Ruach.
Este é o significado
interior do que eles escreveram nos Midrashim, e em particular no Midrash
Shmuel: Não há geração em que não há alguém como Abraão, Isaque, Jacó, Moisés,
Samuel etc. (Bereshit Rabba 56).
Em outras palavras,
há pessoas em todas as gerações que podem realmente ter a Nefesh ou Ruach
destas grandes almas do passado.
Não há pena que será
suficiente para gravar todos os detalhes no livro. No entanto, um entendedor compreenderá e fará
as inferências necessárias por conta própria.
Resumindo,
baseado no tikun e
purificação da Nefesh em particular, ela pode até merecer uma Neshamá
dar gerações antigas, incluindo a mais elevada de todas; e isto pode acontecer
até na nossa geração.
Ainda mais, isto
é exatamente o mesmo quando a Nefesh e Ruach reencarnam juntas e
tornam-se corrigidas, mas são incapazes de adquirirem sua Neshamá sem primeiro morrer
e reencarnar. Elas podem receber a Nefesh,
Ruach
ou Neshamá
de um tzadik como um Ibur,
e ele agirão como sua Neshamá. Todos os detalhes que foram descritos no caso
da Nefesh
somente que completou seu tikun aplicam-se
aqui também.
Na ocasião, pode
acontecer que todos os três níveis de alma reencarnem juntos e tornem-se corrigidos. Então a Nefesh ou Ruach do tzadik pode
impregnar-se nela [como um ibur]. Quando parte deste mundo e ascende ao mesmo
nível que o tzadik que veio até si como Ibur.
No Mundo Vindouro elas estarão realmente no mesmo nível.
Ainda que sua própria
alma não seja originalmente no mesmo nível que o tzadik, agora mereceu ascender
para este nível para sempre.
Rabi Shimon bar
Yochai… disse que “naquele mundo” [o Mundo Vindouro], ele e Rav Hamnuna Sabba
brilhariam juntos.
Este é o significado
interior do que está escrito na introdução do Zohar Bereshit (7a): Rabi Shimon bar
Yochai caiu sobre o seu rosto e viu Rav Hamnuna Sabba. Ele disse que “naquele
mundo” [o Mundo Vindouro], ele e Rav Hamnuna Sabba estariam brilhando juntos.
Já que a alma de
Rav Hamnuna Sabba estava com Rabi Shimon bar Yochai como um ibur, eles poderiam
estar no mesmo nível do Mundo Vindouro.
2.5. O Motivo para o Ibur de Almas Justas
O Ibur ocorre por dois motivos. Primeiro, através do ibur dos justos, a Nefesh da pessoa pode tornar-se
corrigida ao nível da Nefesh do tzadik. No Mundo Vindouro ascenderão
ao mesmo nível já que o tzadik o ajudou
a adicionar Mitsvot e santidade a sua vida.
Este motivo serve a pessoa [receber o ibur] ela mesma.
O segundo motivo
é pelo bem do justo que estava no ibur. Ao ajudar outra pessoa a realizar Mitsvot e correção,
ele ganha uma porção nelas. Este é o Sod
[significa "segredo] do que Chazal escreveu: Grandes são os justos, pois
mesmo na morte eles merecem filhos (Sanhedrin 47a). Em outras palavras, quando eles fazem uma pessoa
aumentar seu mérito eles tornam-se como “pais” que os guiam e ajudam. Este é
seu mérito.
Um tzadik que entrou como um ibur é como um sistema espiritual de navegação interna
O tzadik que entrou
como um ibur é como
um sistema espiritual de navegação interna
Para a pessoa
portadora. Pois neste serviço o tzadik também receberá recompensa através da Mitsvot
que ele está ajuda a pessoa a realizar e a santidade que ele está ajudando a
aumentar a alma justa que entra numa pessoa e a ajuda durante sua vida, como um
ibur e não como um gilgul, “facilmente atinge recompensa e
está distante de perdê-la.”
Esta é uma
expressão usada no Talmud em relação as leis de investimentos monetários e de juros,
emprestados aqui para descrever a segurança do benefício que cabe a alma justa
na circunstância do ibur.
Toda vez que uma
pessoa faz uma Mitsvá, ele [a alma justa] recebe recompensa.
Este é o segredo
do que está escrito, “Um justo recebe sua recompensa e a recompensa do seu amigo
no Gan Eden“ (Chagiga 15a). Compreenda esse
segredo profundo bem, ainda que agora não seja o momento para discutir o
assunto em comprimento.
O justo recebe a
recompensa por ter realizado a Mitsvot durante sua própria vida, e por aqueles
que ele ajuda seu “amigo” a realizar enquanto está como ibur dentro deles.
Por outro lado, se a pessoa
[portadora] faz o mal, a alma justa não sofrerá nenhuma punição ou perca já que
ela somente veio para ajudá-la, não para fazer mal. Pelo contrário, se esta
pessoa nega o que ela corrigiu então a alma justa o abandonará.
|
Assim, o tzadik
“facilmente atinge recompensa” por sua assistência na realização das Mitsvot. Ao mesmo tempo que ele está “distante da perder”,
pois ele não sofrerá nenhum detrimento ou dor pelos pecados do portador nem a necessidade
de participar dos sofrimentos do portador.
Se a pessoa
continuar agindo justamente, então as almas justas permanecerão.
O Sod [significa
"segredo"] do ibur é que
ele ocorre durante a vida da pessoa e, portanto não se liga [a Nefesh
do tzadik] ao corpo. Isto é diferente de
uma Nefesh
que reencarna que entra como um gilgul no momento do nascimento e é unificada e
ligada com o corpo sem sair dele até a morte. Por outro lado, a Nefesh de um
tzadik entra como um ibur voluntariamente e deixa quando quer. Se a pessoa
continuar agindo justamente, então as almas justas permanecerão lá para receber
uma porção nas ações da pessoa. Isto
continuará lá até que o portador morra, quando eles vão até o mesmo lugar, como
mencionado anteriormente.
No entanto, se a
pessoa faz o mal, então a alma justa se enoja desta união e a deixa. Ele não está permanentemente lá, mas “emprestado”,
como um visitante que permanece com seu portador até ele sentir que é tempo de
partir.
Pelo mesmo motivo
o tzadik não sente nenhuma dor que podem ocorrer à pessoa portadora e ele não
terá que sofrer, pois ele não está “ligado” ao corpo; está apenas “emprestado”.
Sua Ruach
e Neshamá
serão dignas de se vestir por esta Nefesh.
A regra é que a pessoa
que realiza uma Mitsvá de grande importância pode merecer um ibur da Nefesh do tzadik das
gerações antigas. Como resultado, é possível [para ela] se corrigir e purificar
ao ponto que sua Nefesh torne-se realmente transposta ao mesmo nível que o
tzadik.
Depois, a pessoa
terá que corrigir sua Ruach e Neshamá a tal ponto de
pureza, que será digna de ser vestida por esta Nefesh.
A palavra traduzida
como “ser vestida” indica o conceito Cabalístico de vestimenta, hitlabshut, e
vem da raiz que significa “vestir”, como quando é dito, “Ele veste roupas
quentes”, ou “Ele vestiu um terno novo”. Derivado disto, por exemplo, é a
palavra Hebraica levush, que significa “peça” ou “vestuário”.
O conceito de
hitlabshut é atualmente uma derivação do conceito de partzufim, ambos deles
estão entre as idéias mais importantes e inovadoras na Cabalá Luriânica.
Hitlabshut
refere-se ao fato que o partzufim, ou partes do partzufim, são abrigadas ou
vestidas uma dentro da outra, ou vestidas uma sobre a outra. (Para saber mais
sobrehitlabshut, veja os artigos subseqüentes)
Então ela irá realmente
tornar-se transposta [em sua totalidade] ao nível do tzadik, tendo ascendido
além do nível raiz original de sua alma do qual ela veio. Tudo isto é o motivo
para a ajuda e assistência de almas justas.
2.6. Combinações De Alma
É também possível
para a Nefesh de uma pessoa ascender até que sua Nefesh esteja no mundo de ATZILUT. De um modo geral, a Nefesh é de ASSIÁ,
a Ruach
é de YETZIRÁ
e a Neshamá
é de BERIÁ. No entanto, em um nível mais específico, cada
mundo tem seus próprios níveis de Nefesh, Ruach,
Neshamá
(NR”N).… cada mundo é parte de um sistema global geral, e uma versão menor da
mesma coisa, Isto não é algo novo. Conforme aprendemos no primeiro capítulo,
cada mundo é parte de um sistema global geral, enquanto que, ao mesmo tempo, é
uma versão menor da mesma coisa.
Assim, pode ser que
algumas vezes a NR "N de uma pessoa seja de ASSIÁ, YETZIRÁ
e BERIÁ.
Isto é, a Nefesh
é de ASSIÁ,
a Ruach
é de YETZIRÁ
e a Neshamá
é de BERIÁ.
Às vezes, porém,
sua NR”N
pode ser de Malchut, Zeir Anpin e Imma de ASSIÁ.
Isto é, todas
três são de dentro de ASSIÁ. O que se segue são outras combinações
possíveis.
Algumas vezes,
as três delas serão de YETZIRÁ, ou do mundo de BERIÁ,
ou todas elas serão de ATZILUT.
[Neste último caso,] a Nefesh será de Nukva de Zeir Anpin [Malchut de ATZILUT],
a Ruach
de Zeir Anpin [YETZIRÁ de ATZILUT], a Neshamá de Imma [Biná de
ATZILUT]
e Chaiá de Abba [Chochma de ATZILUT].
Outra combinação
pode ser a Nefesh de ASSIÁ, e a Ruach e Neshamá
de YETZIRÁ. Ou, a Nefesh pode ser de YETZIRÁ
e a Ruach
e Neshamá
de BERIÁ. Alternativamente, a Nefesh pode ser de BERIÁ
enquanto a Ruach e Neshamá são de ATZILUT.
Isto é possível,
pois os quatro mundos, ABY "A [ATZILUT, BERIÁ,
YETZIRÁ,
ASSIÁ],
são cada um composto por quatro [sub-] mundos de ABY" A e seus próprios
conjuntos de dez sefirot. Estas dez, por
sua vez, são compostas de suas dez sefirot, e assim por diante.
O sistema geral
de dez sefirot quebra-se em subconjuntos de dez sefirot, que por sua vez
quebram-se em seus próprios subconjuntos de dez sefirot etc.
Não é
possível escrever abaixo todos os detalhes em comprimento já que o espaço é
limitado. No entanto, o entendedor compreenderá e fará as conexões por conta
própria.
|
Teoricamente,
subcategorizações podem se estender ad infinitum; e o número de possíveis combinações
é virtualmente limitado.
No entanto, quando
dizemos que algumas vezes a NR”N é de YETZIRÁ,
ou de BERIÁ, isto não
significa que ela
não tem uma Nefesh de ASSIÁ! Afinal, mesmo
a Shechina é chamada “Malchut”
e ela “repousa”
em ASSIÁ. Quanto mais a
Nefesh de uma pessoa!
Em outras
palavras, a Shechina [Presença Divina] obviamente pertence a um lugar muito
exaltado e espiritual. No entanto, isto não a impede de “repousar” e pairar nos
mundos inferiores, no mundo de ASSIÁ, mesmo no mundo que nós
humanos também habitamos.
Isto é o mesmo
para as almas, e ainda mais. A Nefesh de todas as pessoas vem do
Mundo de ASSIÁ, conforme aprendemos de antemão, mesmo que seja dito sobre
ela que ela é uma Nefesh de ATZILUT, ou uma Nefesh de YETZIRÁ.
…como uma
vela que faz quase nenhuma impressão quando brilha durante o dia
Em vez disso, o
que isto significa é que a Nefesh é originada de ASSIÁ,
mas que se torna tão purificada que não pode ser sentida em comparação à [recém
adquirida] luz de Nefesh de YETZIRÁ dentro dela.
É como uma
vela que faz quase nenhuma impressão quando brilha durante o dia.
Portanto, tudo é
chamado de Nefesh de YETZIRÁ.
A pessoa tem uma
Nefesh
de ASSIÁ
e continua tendo. No entanto, ela pode ascender
ao mundo de YETZIRÁ acima dela, de modo que sua luz pode tornar-se quase tão brilhante
quanto seu nível em YETZIRÁ. Conseqüentemente,
sua luz de ASSIÁ torna-se não perceptível, e para todos os efeitos, é como
a Nefesh
de YETZIRÁ.
Isto é o mesmo para
todos os aspectos: quando dizemos que sua NR "N é de ATZILUT, de fato ela tem
uma Nefesh, Ruach e Neshamá de ASSIÁ, YETZIRÁ e BERIÁ
[respectivamente]. No entanto, elas não são referidas por estes nomes, e todas
elas são consideradas secundárias e referidas como sendo de ATZILUT.
Na verdade, a NR
"N de ATZILUT são aspectos de um mundo mais elevado e mais interior que
o de BERIÁ,
YETZIRÁ
e ASSIÁ
(BY" A). Portanto, elas são vestidas dentro dos mundos de BY
"A e brilham de dentro deles. A luz das entidades mais elevadas de
ATZILUT pode ser tão revelada quanto as mais inferiores, e mais fraca luzes exteriores
de BY" A são simplesmente não-perceptíveis.
Você pode aplicar
este conceito para qualquer outros detalhes que foram mencionados.
Assim, o sistema
de níveis de almas continua o mesmo para todo mundo, embora dentro do sistema diferentes
combinações de almas possam parecer existir baseado no nível individual de
correção e purificação.
2.7. Yibum – Um Caso Especial
Dentro do conceito
de gilgulim há uma distinção entre reencarnação em algum corpo que pode estar
pronto para seu gilgul, e reencarnação através de um irmão, que é o Sod [que
significa "segredo] do yibum.
Yibum é o
casamento Levirato no qual o irmão sobrevivente se casa com sua irmã-pela-lei
(viúva) cujo esposo, o irmão do homem, morreu sem filhos.
Em um gilgul
normal, a Nefesh, Ruach e Neshamá [NR "N] não reencarnam juntas, ou mesmo duas
de uma vez. Somente a Nefesh reencarna até
ser corrigida. Depois disso, em outro
gilgul, a Nefesh e Ruach retornam juntas até elas serem corrigidas. Quando isto ocorre, então todo NR”N
[reencarna junto] até a Neshamá ser corrigida,
completando seu gilgulim. Ou,
algumas vezes cada uma das três reencarna individualmente [e atinge
tikun independente das outras]: a Ruach com
outra Nefesh em outro corpo,
e a Neshamá com uma Nefesh e Ruach
diferentes em outro corpo.
No entanto, quando
um homem reencarna através de seu irmão, toda a NR”N podem fazer isto juntas.
Chaim Vital diz:
Parece resultar do Sabba de Mishpatim que mesmo com respeito a Yibum todas as três
não voltam juntas, mas somente a Nefesh e a Ruach sem a Neshamá. Isto requer
uma investigação mais profunda.
Assim, não é
claro se apenas N”R vem juntas em um gilgul durante Yibum, ou se todas as três
vêm juntas de uma vez. Em ambos os casos, é diferente de um gilgul normal.
Fim
da Introdução [Capítulo Dois].
3.1. Ibur
Enquanto Vivo
Ibur ocorre
durante a vida de uma pessoa, conforme já mencionamos.
No Capítulo 2, Seção
3 está escrito: “Reencarnará no corpo desta pessoa, enquanto ela ainda está viva,
a Nefesh de um tzadik (justo)”. Isto é chamado
ibur, e mais especificamente, “ibur enquanto vivo”. A diferença entre este tipo
de ibur e gilgul também se explicou lá.
Normalmente,
ibur ocorre durante a vida de uma pessoa; envolve partes da alma que vem para
uma pessoa anos depois que ela nasce. Gilgul, por outro lado, envolve partes da
alma que a pessoa nasce com ela. Elas reencarnam no momento que ela nasce, e
continuam com ela até o final de sua vida.
(Mais tarde,
neste capítulo, será introduzido um novo conceito de “ibur do nascimento”, e
isto será explicado lá, se D-us quiser, quando chegar à hora. O assunto desta seção,
no entanto, é o tipo normal de ibur.)
Algumas vezes
uma certa Mitsvá pode vir diante de uma pessoa, e ela realiza a Mitsvá como ela
deve ser feita. Naquele ponto a Nefesh de um justo antigo que realizou esta
mesma Mitsvá corretamente se juntará com a pessoa como um ibur, já que eles são
parecidos em relação a esta Mitsvá.
Assim, a Mitsvá
real a ser realizada afeta que alma justa se juntará a esta pessoa como um
ibur.
Agora aprendemos
que o ibur pode também vir de um indivíduo justo vivo.
Não apenas isto,
mas é também possível que a pessoa justa esteja viva durante sua vida, e ainda
o ibur pode ocorrer.
Aquele que
cumpre a Mitsvá e o justo está vivo ao mesmo tempo, ainda assim o ibur pode
ocorrer.
Assim, se uma pessoa
realiza uma Mitsvá particular ou uma Mitsvá relevante ao indivíduo justo que também
cumpriu corretamente, então a Nefesh daquele tzadik pode entrar na pessoa, mesmo
enquanto ambos estão vivos ao mesmo tempo.
Até agora,
sabíamos que ibur ocorria em um corpo vivo depois do nascimento, mas com a alma
de um justo que já tinha morrido. Agora aprendemos que o ibur pode também vir
de um indivíduo justo vivo.
Este é o
significado secreto do verso, “A Nefesh de Jonathan se ligou com a Nefesh de David”
(1 Samuel 18:1). Em outras palavras, mesmo
enquanto ambos estavam vivos, a Nefesh de David se juntou com Jonathan como um
ibur.
Isto explica o
forte vínculo de alma que eles tinham enquanto estavam vivos.
(Rabi Chaim Vital,
que registrou estas obras, diz: Parece que uma Mitsvá realizada corretamente é
suficiente para iniciar o ibur. Não é necessário que tenha realizado todas as Mitsvot
até este ponto).
3.2. Efeito
do Pecado de Adam
Com relação ao conceito
de gilgulim, começaremos a discussão com Adam HaRishon, o Primeiro Homem, para
compreender mais facilmente o assunto.
Para começar, quando
Adam HaRishon pecou ele manchou todas as centelhas [nitzutzot] de sua Nefesh, Ruach
e Neshamá. Assim como o corpo de uma pessoa contém centelhas ao longo dos seus
248 membros e 365 Tendões, e conseqüentemente há muitas centelhas em sua
cabeça, nos seus olhos, e em todos os membros – é o mesmo com a Nefesh também.
O corpo humano é
compreendido de 248 Membros e 365 Tendões, e, como tal, eles denotam a figura
ou “forma” do corpo humano.
A Nefesh está na
mesma “forma” que o corpo humano; mais corretamente dizendo: o corpo humano está
na mesma forma que a Nefesh. O corpo é composto
de Centelhas Sagradas que são dispersas ao longo dele e dentro de cada um dos seus
membros. É exatamente o mesmo com a
Nefesh, só que mais efêmero.
Quando Adam Harishon,
o Primeiro Homem, pecou, ele manchou todas as centelhas ao longo da forma espiritual
de sua Nefesh, e sua Ruach e Neshamá também.
Para explicar isto, o Arizal agora divaga a uma explicação profunda do
Midrash.
O Midrash Tanchuma
(Ki Tisa 12) e Midrash Rabba (Ex. 40:3) provêem uma explicação para o verso (Jó
38:4), “Onde você estava quando eu fundei a terra?“
Jó está
queixando sobre seu lote, e argumentando com D-us. Ele o responde, “Onde você
estava quando eu fundei a terra?” Em outras palavras, D-us está respondendo Jó
que ele não tem direito de questionar D-us a menos que ele também saiba de que
parte da alma de Adam a centelha que constitui a alma de Jó originalmente veio.
Se ele não sabia de onde sua alma foi lavrada, então ele não sabe sua própria
história. Conseqüentemente, ele nunca poderia entender completamente as coisas
que estavam acontecendo a ele.
Quando Adam foi
criado, o Santo, Bendito seja Ele, mostrou todos os justos que iriam descender
dele.
Na verdade, o
Midrash começa citando um verso de Eclesiastes (6:10): “O que era/ já foi chamado
pelo nome [desde o princípio] / e sabe-se que é Adam…” Em outras palavras, tudo
que existe “já foi chamado pelo nome” desde o princípio, e que o princípio ou a
fonte é Adam HaRishon, quando ele foi criado.
Quando Adam foi
criado, o Santo, bendito seja Ele, o mostrou todos os justos que iriam descender
dele: de sua cabeça, seu cabelo, seu pescoço, seu nariz, seus dois olhos, e
alguns de sua boca. Sua Ruach está também dividida desta
forma, assim como sua Neshamá.
Das centelhas
que compunham todos os vários membros da Nefesh, Ruach e Neshamá
de Adam foram descendidas as almas de todas as pessoas que existiriam ao longo
da história.
Quando ele pecou,
ele manchou a maioria das centelhas de sua Nefesh, Ruach e Neshamá,
fazendo com que fossem imergidas nas klipot.
As klipot são as
cascas ou conchas que aprisionam as Centelhas Sagradas caídas. Quando Adam
pecou, as Centelhas Sagradas de sua Nefesh, Ruach e Neshamá
caíram até as klipot.
No sentido que
ele está usando aqui, o conceito de klipot refere-se a todo o reino do mal no
qual as almas e a Divina Presença foi exilada.
Este reino é o espelho do reino da Santidade [Kedusha], mas nas
profundezas da impureza espiritual.
A Divina
Presença está exilada entre as klipot.
Este é o Sod
[segredo] do que está escrito no Sefer HaTikunim (C. 5), no verso, “como um pássaro
que vagueia do seu ninho…” (Provérbios 27:8).
A Divina Presença está exilada entre as klipot. As [almas dos] tzadikim
vagueiam após Ela de lugar a lugar.
Isto está falando
sobre a qualidade naturalmente inerente nos seres humanos que os permite retornar
ao seu Criador, como um pássaro faz com seu ninho. O significado profundo do verso refere-se às
Centelhas de Alma dos justos perseguindo D-us enquanto elas estão dentro do
reino das klipot.
O lugar ao quais
as centelhas estão exiladas no reino das klipot é de acordo com o aspecto [da
alma de Adam] da qual elas vieram. Se elas vieram da cabeça, então elas estão exiladas
na cabeça das klipot; se for dos olhos, então dos olhos etc. Este é o Sod
[segredo] da idéia do “exílio das almas” que é mencionado lá.
Como explicado, o
mundo espiritualmente impuro é uma versão espelhada do mundo espiritualmente puro,
exceto de uma forma profana e impura.
Assim, quando as almas caíram ao mundo da impureza, elas caíram ao nível
que corresponde a si próprias. Por
exemplo, as almas que são derivadas das centelhas dos olhos da Nefesh
de Adam caíram nas klipot dos olhos da Nefesh.
Se elas caíram das coxas da Ruach, então elas caíram às coxas da
Ruach
das klipot. É a partir do seu lugar específico
do exílio nas klipot que as centelhas de alma precisam ser redimidas.
[Nota do
Tradutor: As palavras Hebraicas que foram traduzidas aqui, "Quando Adam
foi criado...", são "mutal golem". A implicação da palavra mutal
é que ele estava sem vida. A palavra golem será mais familiar, das histórias
das criaturas que foram feitas pelo Maharal de Praga. Considerando que D-us
soprou na massa sem vida que era o espírito de vida de Adam, o Maharal imbuiu o
espírito de vida em uma massa sem vida usando os Nomes Divinos Sagrados.]
Assim, a tradução
literal do Midrash neste ponto é como segue: “Quando Adam era um caroço sem
vida não formado…” Sobre aquele tempo está escrito, “E o Senhor D-us formou o Homem
do pó da terra, e Ele soprou nele uma alma viva…” (Gen. 2:7). Foi naquele momento também, de acordo com nosso
Midrash, que D-us manifestou o potencial de todas as almas humanas posteriores
que descenderiam de Adam, o Homem Primordial. [O verso citado pelo Midrash do
Livro de Jó (38:4) é: "Onde você estava quando eu formei a terra?" A
palavra Hebraica para "onde" é ayfoh, composta das letras alef -- yud
-- peh --hei. O Midrash nota que estas letras podem também ser lidas asayfah. Um
ayfah é uma quantidade de massa que ainda não foi amassada na forma do pão que será
cozido.
Portanto, o verso,
quando é lido com a indicação [remez] ayfah, também sugere neste momento em que
Adam era um caroço sem vida, como anayfah.
[Este é o momento quando D-us dá forma e vida para o caroço sem vida, e
manifesta as almas potenciais de toda a raça humana, o momento quando Adam foi
criado.]
3.3.
Manchas Adicionais
Caim e Abel, os
filhos de Adam, cometeram seus próprios pecados em adição aqueles do pai deles e
assim fizeram com que suas centelhas se tornassem mais profundamente imergidas
nas klipot.
Caim matou Abel,
e de acordo com o Midrash, Abel tinha (anteriormente) olhado para a Divina
Presença enquanto descia para consumir seu sacrifício no altar. Olhar para a
Divina Presença foi considerado um grave pecado e garantiu a Abel a pena de
morte. Assim, eles causaram mais danos e mancharam as centelhas de alma da alma
de Adam que foi originalmente danificada pelo pecado do Primeiro Homem.
No entanto, em
cada geração algumas das centelhas reencarnam no mundo e tornam-se corrigidas.
Isto são boas
notícias. Tudo não acaba como Caim e Abel. Há tikun.
Caim e Abel, os
filhos de Adam, aumentaram o dano e mancharam as centelhas de alma.
O nível de
“pedreira” das almas de uma geração particular pode ser tanto das centelhas da
cabeça, ou dos olhos etc.
A “pedreira” é o
lugar na estrutura da alma de Adam da qual as centelhas das almas
derivam-se. Isto varia por geração. É como uma pedreira espiritual da qual as
centelhas das almas de uma geração particular são “cortados”. Algumas destas
centelhas reencarnam e tornam-se corrigidas, mas algumas delas reencarnam, tornam-se
mais manchadas por causa do pecado, e caem nas klipot, como as almas de Caim e
Abel, os filhos de Adam.
3.4. Metade do Caminho: Ibur de Nascimento
Alguns reencarnam
para serem corrigidos, mas eles não são [completamente] cuidadosos e pecam. Tal centelha se tornará imergida novamente nas
klipot, com todas as centelhas [menores] que derivam dela e dependem dela.
Existem
centelhas maiores e centelhas menores.
As centelhas maiores são compostas de muitas centelhas menores. Elas podem reencarnar todas juntas em um gilgul, ou elas podem se separar em muitos
gilgulim.
O que
consideramos aqui é um caso intermediário que inclui o gilgul e ibur.
O Arizal vai agora
descrever o caso intermediário do “ibur” de nascimento, que é, em alguns
aspectos, como o gilgul.
Existem partes da alma que reencarnam e voltam para a pessoa quando ela nasce, assim
como no caso do gilgul. No entanto, elas
já foram corrigidas, e como um ibur elas podem colher a recompensa das Mitsvot
que são feitas na vida de uma pessoa, mas não sofrem a culpa dos pecados que
podem ser cometidos. Assim, elas são uma categoria intermediária.
O motivo para
este fenômeno é que há dois tipos de manchas resultantes do pecado. Como uma conseqüência
de um pecado sério (que será explicado posteriormente), as centelhas de alma
são severamente manchadas; elas submetem-se ao gilgul. No entanto, o resultado de um pecado menos sério é uma
mancha menos séria e não precisa do gilgul.
Uma alma pode reencarnar,
atingir correção extensa, mas, no entanto, permanecer um pouco manchada por causa
de alguns pecados “leves” que foram cometidos durante o gilgul. Estas partes da
alma que são a maioria – mas não completamente – corrigida reencarnarão novamente
no momento do nascimento e continuarão com a pessoa até o final de sua vida,
como no gilgul. No entanto,
neste caso, elas irão recolher a recompensa das Mitsvot, mas não sofrerão a
culpa dos pecados que podem ser cometidos, como no ibur.
São estas partes
da alma, aquelas que são menos seriamente manchadas, que constituem a categoria
intermediária passando por “ibur de
nascimento”.
As centelhas da Nefesh
não se separam uma da outra até o dia da morte.
Todas as centelhas
da Nefesh, mesmo aqueles que já
foram corrigidas, retornam em um gilgul completo
no momento do nascimento com a centelha do indivíduo que foi danificada. Elas
não se separam uma da outra até o dia da morte.
Todas as centelhas
da Nefesh - aquelas que foram completamente corrigidas, mantendo apenas uma mancha
leve devido ao pecado “leve”, e aquelas que foram apenas ligeiramente
corrigidas – retornam no momento do nascimento com aquelas centelhas de alma
que foram severamente danificadas e precisarão de um tikun extensivo nesta
vida. Já que elas chegaram ao momento do nascimento, elas são semelhantes a um
“gilgul completo”.
No entanto, as
centelhas corrigidas reencarnam como um ibur.
Em outras
palavras, as acima mencionadas centelhas quase corrigidas reencarnam como um “ibur de nascimento”. O motivo
que é chamado ”ibur” é como
segue: Elas não compartilham os pecados deste corpo, apenas os méritos. São semelhantes aquelas almas dos tzadikim
que morreram e vieram como um ibur durante a vida da pessoa e não no
nascimento.
Mesmo que as centelhas
quase completamente corrigidas tenham que retornar com as danificadas, elas
apenas se beneficiam da reencarnação.
Assim, uma
centelha que não foi corrigida seja pela performance das Mitsvot a quais ela
está relacionada ou [não foi corrigida] como resultado da transgressão destes pecados
dos quais não há renascimento precisam reencarnar em um segundo corpo, que será
chamado por aquela centelha.
Este “nome” da centelha
é a essência do gilgul que está acontecendo, como o nome de qualquer coisa dada
descrevendo a essência daquela coisa. O
gilgul reencarna no corpo pelo bem do tikun daquelas centelhas de alma que
foram severamente danificadas ou não corrigidas. Portanto, este nascimento particular será chamado
pelo nome daquelas centelhas que precisam passar pelo tikun extensivo.
No entanto, centelhas
que já atingiram a correção através da performance das Mitsvot, mas também foram
manchadas pela transgressão dos pecados “leves”, apenas reencarnam como um ibur de sorte mencionada
previamente [i.e., ibur de nascimento], apesar de ser também um gilgul.
Elas são um ibur que precisam voltar no
nascimento, mas elas não são a alma principal do corpo no qual elas se
encontram. Isto é porque que elas não são a alma principal do corpo que elas estão
como ibur. Elas são um gilgul porque elas
vieram no momento do nascimento.
Em contraste, existem
centelhas que não foram manchadas pelos pecados depois de terem sido corrigidas
pelas Mitsvot.
Estas centelhas
foram completamente corrigidas e não tem nenhuma mancha.
Elas não retornam
exceto como um ibur durante a vida [i.e., depois do nascimento], e então
somente se ela merecer isto, conforme explicado.
3.5. Resumo e Conclusão
Assim,
aprendemos [da seção anterior como segue]: A parte principal do gilgul
associada com o corpo é especificamente a parte que estava danificada. As outras partes da alma previamente corrigidas
em outras reencarnações apenas retornam como aspectos do ibur. Quando a parte que é associada com o corpo realiza
uma mitsvá neste mundo, as outras partes compartilhar uma porção da Mitsvá, já
que elas ajudaram na realização da Mitsvá, conforme explicado anteriormente em
relação à alma do tzadik (justo) que vem como um ibur. Já que elas apenas vem
para ajudar para o bem elas não compartilham a punição quando a Nefesh
principal transgride.
Quando uma pessoa
reencarna, toda a Nefesh retorna. No entanto,
a essência do gilgul é apenas
a parte que pecou no corpo anterior e retorna para ser corrigido. Isto é
associado com o corpo, e recompensa e punição são aplicáveis a ele. No entanto,
o restante da Nefesh toma parte na recompensa, mas não na punição.
Agora, a Nefesh
em sua completude sofre e recebe punições no corpo existente, além do que foi sofrido
pelas centelhas nos corpos anteriores. E
sofrerá também a dor da morte e a dor que vem depois da morte.
Conseqüentemente,
há expiação para os pecados ["leves] anteriores. Além disso, através da Mitsvot do gilgulim
anterior e o presente em que eles têm uma porção, conforme dissemos, o tikun da Nefesh torna-se completo.
A este respeito,
a comparação entre as partes mais corrigidas da alma que vem como um “ibur de nascimento” e a alma do
tzadik (justo) que vem como um ibur normal
cessa. Para uma alma de um tzadik, o ibur não
é pretendido para agir como um processo de purificação. Ele apenas aumenta seu
próprio mérito pelo ibur, e ele ajuda a pessoa em que o ibur está ocorrendo. No
entanto, no caso de “ibur de nascimento”, a maioria das partes corrigidas da
alma precisam do ibur para completar sua expiação e tikun.
No entanto, se
elas tiverem tido uma porção nos pecados [presentes] também, poderia nunca ter
tikun para a Nefesh. A pessoa que normalmente peca, e isto poderia apenas
adicionar pecado a pecado e nunca haveria fim a isto!
Se a maioria das
centelhas corrigidas tivessem uma porção nos pecados das centelhas não
corrigidas, então dificultaria a progressão para o tikun, pois os tikunim
anteriores seriam anulados pelos pecados futuros das outras centelhas. …até a
conclusão da reencarnação… das centelhas da “cabeça” da Nefesh até seus “pés”.
No entanto, como
o restante da Nefesh não compartilha a responsabilidade no mal desta centelha,
apenas nos méritos, pecados podem ser expiados e não aumentados. Novos méritos podem ser adicionados através de
cada gilgul.
Pode haver uma conclusão
ao ciclo de reencarnações e tikun para
a Nefesh.
Entenda isto
bem.
Desta forma, a Nefesh
atinge a conclusão em todas as suas centelhas; até a conclusão da reencarnação ser
atingida para todas as centelhas da cabeça da Nefesh até seus pés.
Isto se refere
ao começo do discurso na Seção 2. As centelhas da Nefesh da cabeça até os
pés são as centelhas do corpo-alma de Adam HaRishon. Cada geração é destinada a corrigir uma
seleção de centelhas associadas a ele, até o tikun de tudo ser concluído.
Quando os pés forem
atingidos, então o Mashiach virá, conforme é dito no Zohar (Parashat Pekudei pg.
258, e o fim da Parashat Vayakhel).
Na era do Mashiach, não haverá mais
necessidade para gilgulim. A
humanidade será completamente corrigida e terá o mérito da aparição da maior alma
de todas, a alma do Mashiach, o keter das almas humanas.
|
3.6. Entre Yibum e Gilgul
Yibum não é como gilgul porque é por um motivo
diferente. Quando se trata do restante dos pecados da Torah, a correção pode
ser alcançada através do sofrimento neste mundo e após a morte no Gehinom (Purgatório). Assim, nem todas
as centelhas da Nefesh precisam reencarnar, mas elas precisam voltar apenas como
um ibur do tipo mencionado na seção anterior.
Apenas centelhas específicas realmente reencarnam.
Correção pode
ser alcançada através do sofrimento, ou através da realização das Mitsvot. O
Rav está concentrando a correção através do sofrimento, como parece, porque o que
ele quer dizer aqui é sobre Yibum.
Também aprendemos
na última seção que as centelhas completamente corrigidas não precisam reencarnar,
e aquelas que estão quase corrigidas, mas não completamente, reencarnam como um
ibur de nascimento. Apenas centelhas específicas
que estão muito danificadas, ou não foram submetidas a nenhum tikun através do
gilgul, reencarnarão para se tornar a alma principal do corpo.
Toda a Nefesh
que estava no primeiro corpo precisa retornar novamente para seu próprio bem
No entanto, Yibum ocorre porque a pessoa morreu antes de ter filhos, uma
falta de sucesso que faz como se ela nunca tivesse vindo ao mundo, como se
seu primeiro corpo não existisse, conforme é dito no Zohar (Vayashev 187a).
|
O homem que
deixa este mundo sem deixar para trás qualquer descendência, é, portanto, como
se ele nunca tivesse existido.
Portanto, toda a
Nefesh que estava no primeiro corpo precisa retornar novamente para seu próprio
bem.
Este é o ponto
principal aqui. A correção através do sofrimento não acontece no primeiro
corpo, e nenhuma parte da alma foi libertada do ciclo do gilgul.
No final, é o
segundo corpo que se torna seu principal. Depois da correção e morte neste mundo
a Nefesh ressuscitará apenas neste segundo corpo. Não haverá nenhuma alma para entrar no primeiro
corpo, além da “Ruach [espírito] que colocou em sua esposa”, conforme dito pelo
Sabba do [Zohar] Mishpatim.
Quando o homem
procria com sua esposa, uma parte da sua alma vai para a sua mulher e permanece
lá no seu útero. Este é o espírito que o esposo deixou em sua esposa. É somente
este mínimo espírito que é disponível para ressuscitar o corpo. (Veja Capítulo
36).
Esta é a diferença
entre alguém que morreu sem deixar filhos e precisa retornar no segredo do Yibum, e alguém que morre com pecados e precisa
reencarnar.
Todos os
detalhes que explicamos em relação às centelhas da Nefesh aplicasse também
para a Ruach e Neshamá.
3.7. Uma Segunda Diferença
Há uma outra diferença
entre Yibum e gilgul, que foi mencionada no início desta análise. Se uma pessoa reencarna no segredo do Yibum, seu primeiro corpo é considerado como
se nunca tivesse existido. Por este motivo,
toda a Nefesh retorna como uma nova criação. É possível, portanto, que
a Ruach
e a Neshamá
possam reencarnar juntas com a Nefesh, embora não de uma só vez.
Quando merecer e
cumprir as Mitsvot apropriadas para a Ruach, então entrará nela; e é o mesmo
com respeito à Neshamá. Sobre uma pessoa
que vem ao mundo pela primeira vez, o Sabba do [Zohar] Mishpatim explica, “Se
merecer mais, trará a si uma Ruach; se merecer mais trará a si
uma Neshamá
etc.“ Este não é o caso, como explicamos, para alguém que reencarnou.
Aquele que voltou
no segredo do Yibum é como se fosse a primeira vez que viesse ao mundo, e todas
as regras se aplicam de acordo. Este é o caso embora seja o segundo corpo da
sua Nefesh
(e talvez seja mesmo um último corpo de um gilgul subseqüente
depois de uma segunda ou terceira reencarnação
O irmão tem a
habilidade de retornar uma porção da Nefesh do seu irmão neste mundo
através do Yibum.
Portanto, alguém
que retorna no segredo do Yibum é
similar a uma nova criação, e é apto a alcançar sua Nefesh, Ruach
e Neshamá
(NR”N)
em um gilgul, se suas ações o
justificarem, como mencionado. Este é o significado exotérico do verso, “Se
colocasse seu coração sobre isto, então poderia reunir em si mesmo sua Ruach
e sua Neshamá” (Jó 34:14). Isto é entendido em Sabba do [Zohar]
Mishpatim em uma forma profunda para aquele que retornou no segredo do Yibum.
A simples
descrição da Mitsvá do Yibum é
como segue: A esposa do homem que morreu sem deixar descendentes no mundo se
casará com o irmão do falecido. O filho que nasce desta união da esposa e seu
irmão será chamado pelo nome do falecido.
É considerado como se a alma do falecido, que faleceu sem descendentes, voltasse
ao mundo. O irmão retornou uma porção da
Nefesh
do falecido a este mundo.
Assim como o
irmão tem a habilidade de retornar uma porção da Nefesh do seu irmão a
este mundo através do Yibum,
assim também o Yibum em si coleta e retorna a Nefesh a Ruach
e a Neshamá.
No entanto, isto vai depender de suas boas ações, como é dito, “Se colocar seu
coração sobre isto.” (Ibid.)
O único motivo
que retorna é para ajudar a Ruach a fazer o bem. Um gilgul, por outro lado não tem a habilidade de trazer todas as
três partes da alma a si, mas apenas uma de cada vez. Como mencionado antes, a primeira Nefesh
reencarna sozinha até que se torne completamente corrigida, depois que a pessoa
morre. Depois, a Ruach sozinha nasce em um
corpo diferente até ser corrigida. A Nefesh também reencarnará junto com
ela, mas apenas como um ibur,
já que já está corrigida. O único motivo que ela volta é para ajudar a Ruach
a fazer o bem, e não o mal. Portanto, recebe uma porção das boas ações da Ruach,
mas não das más, assim como dissemos em respeito à Nefesh em si quando as
centelhas corrigidas retornam no segredo do ibur.
Esta é outra explicação
de como pode haver um fim para as reencarnações da Nefesh, pois ela não tem
parte nos pecados da Ruach, como mencionado.
Uma vez que é
corrigida, continua corrigida não importa o que a Ruach ou Neshamá
não corrigidas façam no corpo.
Depois que morre
e a Neshamá
reencarna para ser corrigida, então a Nefesh e a Ruach reencarnam apenas no
segredo do ibur, até que seja purificada.
Depois disto,
não haverá mais necessidade para esta pessoa reencarnar neste mundo para seu bem. No entanto, pode retornar a este mundo como
um ibur em outra pessoa, durante a vida desta pessoa, para ajudá-la e por isto
receber uma porção com ela, como explicado previamente extensivamente.
3.8. Um Gilgul Ligeiramente Novo
Agora
explicaremos o que foi mencionado no início do capítulo. Um segredo do gilgul é que quando a necessidade é
grande, um gilgul ligeiramente novo pode atingir a Nefesh, Ruach
e Neshamá
de uma vez em uma única encarnação, sem a necessidade de múltiplas encarnações
já que as três delas atingirão o tikun em
um corpo.
O que é um gilgul “ligeiramente novo”? Isto será explicado profundamente depois,
especialmente no Capítulo 7. Em suma, se refere a uma pessoa que completou o
tikun de sua Nefesh, mas não em seu primeiro gilgul.
Normalmente, tal
pessoa não poderia [corrigir sua] Ruach no mesmo gilgul. Ela teria que morrer e renascer com sua Nefesh e Ruach
juntas. No entanto, existem casos especiais
“quando a necessidade é grande” que ela pode atingir Ruach - e mesmo Neshamá
- no mesmo gilgul em que
sua Nefesh foi completada. Isto é
possível mesmo que não seja o primeiro gilgul da Nefesh.
Quando a Nefesh
vem sozinha e atinge correção e purificação, a Ruach não pode se unir a
ela.
Embora não seja a
primeira vez que sua Nefesh veio a este mundo, ela completou
o tikun de sua
Nefesh. Portanto, o Arizal a chama “um gilgul ligeiramente novo” (como
será explicado no Capítulo 7). É isto que
torna possível a todas as três partes da alma Nefesh, Ruach
e Neshamá
em um gilgul.
Normalmente,
quando a Nefesh vem sozinha e atinge correção e purificação, a Ruach
não pode se unir a ela já que a Nefesh foi corrigida enquanto a Ruach
não. No entanto, há uma forma de atingir
correção [junto no mesmo gilgul] quando a Nefesh já está completamente
corrigida.
Quando uma pessoa
dorme a noite ela pode depositar sua Nefesh com D-us, como é bem sabido. Assim, é possível para a Nefesh continuar Acima,
aderindo a “Fonte Superior” e no segredo de “Mayin Nukvin“.
Nosso estudo da
Torah e cumprimento das Mitsvot liberam estas centelhas sagradas das klipot que
as aprisionam.
Literalmente,
Mayin Nukvin significa “Águas Femininas”. Refere-se às centelhas sagradas que estão
espalhadas por todos os níveis e dimensões da Criação – todos eles – como
mencionado brevemente na Seção 2 deste capítulo. Nosso estudo da Torah e
cumprimento das Mitsvot liberam estas centelhas sagradas das klipot que as aprisionam. Então as centelhas sagradas ascendem “para
cima” para se reunirem com as fontes da luz espiritual.
Quando isto as
acontece causam o fluxo “para baixo” da luz e benção adicionais.
Devido a elas
ascenderem de baixo para cima elas são chamadas “femininas”, já que (como nas
relações conjugais) a essência feminina flui de baixo para cima, enquanto a
essência masculina flui de cima para baixo.
De fato, todos os
tipos de luz que vão de baixo para cima, tais como a “Luz Retornante” (Ohr
Makif), são também chamados “Luzes Femininas”. A abreviação clássica para Mayin
Nukvin é “Mem-nun“, que nos referiremos como M”N ao longo desta tradução.
(Estes assuntos são
conhecidos do Sha’ar HaTefillah na seção sobre ir dormir a noite. Investigue
mais isto lá.)
Além disso, o lugar
para a água é em uma fonte. Já que há um
lugar nos mundos superior chamado “a Fonte Superior”, é justo que esta Nefesh
que foi totalmente corrigida e ascendeu para cima no segredo de Mayin Nukvin
continue lá na Fonte Superior. Conseqüentemente,
a Nefesh
que foi completamente corrigida e ascendeu como M”N a Fonte Superior não desce na
manhã quando as almas retornam para este mundo. Continuará na Fonte Superior, e
em seu lugar sua Ruach descerá.
Quando acorda pela
manhã, sua Ruach então entrará por si só, como se reencarnasse em um corpo
diferente.
Quando a Ruach
é também corrigida não há impedimento para se abrigar junto com a Nefesh.
Esta nova situação
continuará até que seja corrigida completamente, a tal ponto que a Nefesh
retornará ao corpo como antes, já que ambas estão corrigidas. A Ruach
pode ser vestida dentro da Nefesh, e a Nefesh pode ser seu
“veículo”.
Quando a Ruach
é também corrigida como a Nefesh, não há impedimento para se
abrigar junto da Nefesh, e a Nefesh torna-se seu veículo.
Da mesma forma, depois
que a Ruach torna-se completamente purificada, então a Nefesh
e a Ruach
podem deixar o corpo a noite durante o sono e serem “depositadas” Acima, onde elas
permanecerão [por enquanto]. Pela manhã,
quando acordar, a Neshamá entrará nela.
Será corrigida, e uma vez que a correção é concluída, então a Nefesh
e Ruach
previamente corrigidas podem retornar. As três delas se unirão juntas no mesmo
corpo, e uma será o “veículo” para a(s) outra(s). Nenhuma outra reencarnação
será necessária.
Assim, há uma
possibilidade que uma alma “ligeiramente nova” possa atingir a correção da Nefesh,
Ruach
e Neshamá
mesmo que não seja seu primeiro gilgul. Esta lição agora se torna uma base para uma
exposição nova e exotérica do seguinte verso.
Tudo isto é aludido
no verso “Minha Nefesh Te desejou pela noite; mesmo [com] minha Ruach que está dentro de mim eu Te
buscará…” (Isaías 26:9).
[A
interpretação:] Minha Nefesh se purificou até que foi
capaz de se aderir a Ti no segredo de “e se adira a Ele” (Deut. 11:22). Ela
então Te desejou, e ansiou se aderir a Ti.
O momento de desejar e ansiar são especificamente pela noite, quando as
almas podem ser depositadas devido a elas estarem ascendendo no segredo de Mayin
Nukvin para causar o zivug superior. Já que o tempo de ansiar é pela noite,
está escrito, “Minha Nefesh Te desejou pela noite…”
A força deste
anseio, devido a ser puro, torna possível a adesão total.
A palavra zivug usada aqui significa literalmente
“parear”, embora “união” (e especificamente, união conjugal) seja provavelmente
uma versão mais precisa de acordo com o significado da Cabalá. Ao ascender aos níveis elevados no segredo de
M”N as centelhas sagradas causam os Partzufim Superior a se unirem
juntos (zivug). Assim, eles atraem a luz do Alto para os níveis inferiores. A força
deste anseio, devido a ser puro, torna possível a adesão total.
A Nefesh pode continuar lá e não
descer.
Assim, a
primeira parte do verso foi explicada. “Minha Nefesh Te desejou pela
noite”, pois a noite é o momento do desejo quando as almas ascendem como M”N a Fonte
Superior.
Pela manhã quando
é hora de descer, então minha Nefesh não desce, mas minha Ruach
em seu lugar desce ao meu corpo para Te buscar.
A palavra
Hebraica que foi traduzida aqui para “Te buscar” é ashachreca, a raiz da qual éshachar.
Shachar significa “manhã”. Assim, a segunda parte do verso será processado, “… Pela
manhã minha Ruach entrará em mim”, no lugar da minha Nefesh.
Pela manhã
quando chega o momento para a Nefesh descer novamente e ela não desce,
então “minha Ruach” pode entrar em mim ao invés. Este é o porquê não é “minha Nefesh”
que “Te busca" / "pela manhã”.
Isto está de
acordo a ambos os significados de ashachreca. Ao invés é sua Ruach
que entra em si para ser corrigida.
Portanto, as
letras iniciais das palavras Hebraicas que foram traduzidas “pela noite minha Nefesh,
mesmo minha Ruach“ [bet-alef-resh] soletram “be’er“ [em Hebraico, fonte]; isto
alude ao que foi mencionado anteriormente, que a Nefesh almeja ascender a
Fonte Suprema.
Estas letras iniciais
soletram seu be’er, que significa fonte, é uma indicação para o Rav que algo
está acontecendo aqui neste verso que está tomando lugar na Fonte Superior, e
ele explicou o verso em conformidade. Agora, ele quer atrair uma aplicação
prática do que ele expôs nesta seção: a saber, que este verso deve ser recitado
pela noite antes de ir dormir.
Assim, se uma
pessoa sabe por si própria que ela corrigiu sua Nefesh, ela pode dizer o verso,
“Minha Nefesh Te desejou pela noite; mesmo [com] minha Ruach
que está dentro de mim eu Te buscará [em Hebraico, ashachreca]…” antes de se colocar
para dormir. Deve recitá-la concentrando-se
no significado esotérico que foi explicado aqui para atingir sua Ruach, e semelhantemente
sua Neshamá. Então não precisará de um gilgulim adicional. Entenda este segredo esotérico bem e seja cauteloso
com ele.
Em Tuas
mãos eu deposito minha alma…
De fato, na
recitação prescrita do Chega Antes de Dormir no livro de orações do Ari (pelo
menos de acordo com o Ben E Chai) este verso aparece, e é recitado por todos
toda noite.
Há outro verso
que é também recitado toda noite na correção do Shemá Antes de Dormir.
O motivo para
este segundo verso é semelhante ao que foi explicado nesta seção, mas não
exatamente. O Rav agora explicará as diferenças
entre eles, e porque os dois versos precisam ser recitados.
No entanto, o verso
que costumamos dizer, “Em Tuas mãos eu deposito minha alma…” (Salmos 31:6), não
ajuda a fazer o que foi explicado aqui.
Somente significa
que a Nefesh ascenderá como um “depósito”. Pela manhã ela retornará a descer. No entanto, o verso, “Minha Nefesh
Te desejou pela noite; mesmo [com] minha Ruach que está em mim eu Te buscará…”
significa que a Nefesh continuará Acima, e que ou a Ruach ou a Neshamá
descerá em seu lugar.
(Nota: O Shmuel
diz: O verso “Minha Nefesh Te desejou pela noite; mesmo [com] minha Ruach que está
em mim eu Te buscarei…” é explicado no Portão Seis de Shaar HaKavanot. See
there.)
4.1. Quando o 2º Gilgul é como o 1º
Nesta seção
aprenderemos outra forma para que as três Nefesh, Ruach e Neshamá possam ser
recebidas em uma vida, mesmo que não seja seu primeiro gilgul.
Existem outras
duas distinções que se aplicam apenas aos gilgulim.
Elas se aplicam
apenas aos gilgulim, e não a ibur ou Yibum.
Primeiramente, se
o primeiro gilgul ganha
sua Nefesh,
Ruach
e Neshamá
(NR”N) e então peca e as mancha, em sua próxima reencarnação não poderá corrigi-las
todas de uma vez, exceto através do dispositivo que foi explicado
anteriormente. Quando vai para a cama e recita o verso, “Minha Nefesh
Te desejou pela noite…”Isto foi explicado
no final do
último capítulo. As
duas distinções mencionadas
aqui são feitas possíveis
por circunstâncias completamente
diferentes, dependendo sob
o que aconteceu durante
o primeiro gilgul. Ou recebeu
todas suas NR”N durante o primeiro gilgul antes de
pecar, como na primeira possibilidade que acabamos de ler;
ou, ganhou apenas sua Nefesh antes
de pecar no primeiro gilgul,
que é a segunda possibilidade que será explicada aqui. …sua Nefesh
continuará acima na Fonte Superior, e pela manhã sua Ruach descerá…
Na primeira possibilidade,
não podia receber todas suas NR "N em
seu segundo gilgul, exceto
através do dispositivo
de recitar o
verso “Minha Nefesh Te desejou
pela noite…”, como explicado no
final do último capítulo. Então sua Nefesh
continuará acima na Fonte Superior, e
pela manhã sua Ruach descerá em
seu lugar. Agora,
o Rabi explicará
a segunda forma possível de atingir toda NR”N em um segundo gilgul.
Em segundo lugar,
se o primeiro gilgul ganha
apenas sua Nefesh, e peca e a mancha, quando reencarna pode atingir NR
"N naquele gilgul em si.
Já que não danificou previamente sua Ruach e Neshamá, elas podem se juntar
com a Nefesh depois de ter sido corrigida, como se fosse uma primeira
reencarnação, conforme é dito, “Se merecer mais…”
Em seu primeiro gilgul corrigiu a Nefesh
que recebeu ao nascer. Este é o ponto principal aqui. Antes e depois disso são
apenas comentários.
Em seu primeiro gilgul corrigiu
a Nefesh
que recebeu ao nascer, e nunca recebeu nem sua Ruach ou a Neshamá
antes de pecar e morrer. A Ruach
e Neshamá
nunca foram afetadas pelos pecados que cometeu com sua Nefesh. Se corrigir sua Nefesh depois de
reencarnar com ela, então a Ruach pode vir a si no mesmo corpo já
que nunca foram danificadas. Se merecer completar sua Ruach também, então sua Neshamá
pode se juntar com a Nefesh e a Ruach no mesmo Neshamá
corpo, mesmo que seja sua segunda reencarnação. Isto é possível porque a
Ruach
e a não estavam previamente manchadas.
Caso contrário, cada uma precisaria voltar em Neshamá seu próprio gilgul, como dissemos até agora.
Como uma Nefesh corrigida pode se tornar o
veículo para uma Ruach ou danificada?
Como uma Nefesh corrigida pode se tornar o
veículo para uma Ruach ou Neshamá danificada?
Este não é o
caso quando toda ela vem, e todas se tornam manchadas. Pois como uma Nefesh
corrigida pode se tornar o veículo para uma Ruach ou Neshamá
danificada? No entanto, se apenas danificou
a Nefesh, então todas as três podem
retornar em um único gilgul.
4.2.
Corrigindo a Alma
Parece-me que todos
os aspectos de correção são realmente o cumprimento das Mitsvot, que são dependentes
dos “membros” da Nefesh. Todas as
manchas resultam de violar Mitsvot negativas.
Todas as manchas
resultam de violar Mitsvot negativas.
É bem conhecido
que existem 248 Mitsvot positivas [proativas, nos conecta com a Luz] e 365 Mitsvot
negativas [reativas, nos desconecta da Luz]. As Mitsvot negativas nos dizem o
que não fazer. Seus números correspondem aos 248 membros do corpo humano, que é
feito na imagem da Nefesh. Assim, cada uma das Mitsvot negativas corresponde a um
dos membros da Nefesh, e a transgressão de alguma delas causa uma mancha ou dano
correspondente em um dos membros da Nefesh.
Mitsvot
positivas, por outro lado, requerem que a pessoa ativamente faça algo. Elas causam o tikun (correção) da Nefesh.
Mitsvot
positivas… causam o tikun (correção)
da Nefesh.
A entrada completa
da Nefesh
no corpo, que é chamado tikun da Nefesh, é
feito apenas através da realização das Mitsvot. Embora os pecados manchem a Nefesh,
eles não previnem que suas centelhas entrem.
Uma pessoa pode cumprir
Mitsvot positivas, e na mesma vida transgredir preceitos negativos. Como
resultado da Mitsvot positiva ela corrigirá os níveis da alma, um após o outro.
As centelhas da Nefesh entrarão no corpo e se tornarão corrigidas.
Por outro lado,
como resultado da Mitsvot negativa que transgrediu, terá causado mancha ou dano. Estes terão que ser expiados, de uma forma ou
outra, mas eles não necessariamente previnem o processo do tikun.
4.3.
Reencarnação e Ressurreição
O que acontece com
um corpo no momento da Ressurreição dos Mortos, quando aquele corpo, durante
sua vida, apenas corrigiu poucas partes da Nefesh? No entanto, existem dois
outros aspectos em relação a este assunto. [O primeiro aspecto diz respeito a
uma pessoa] que apenas corrigiu a Nefesh durante sua primeira
vida mas não
mereceu completamente corrigi-la
– e então morreu.
Já que seu primeiro corpo não completou a correção de todos os aspectos
da Nefesh, então, no momento da Ressurreição dos Mortos, apenas
aquelas partes que foram corrigidas na vida do corpo retornarão a ele.
A Ressurreição dos
Mortos é um princípio fundamental Cabalístico.
Já que o corpo participou na realização das Mitsvot, é justo que ele também
deva participar da recompensa eterna por esta realização. (Rabi Moshe Luzzatto)
Quando esta
reencarnação particular ressuscita, ela recebe apenas as centelhas que foram
corrigidas por ele… Portanto, o corpo também volta à vida no momento da
Ressurreição dos mortos, junto com aquelas partes da alma que foram corrigidas durante
a vida Quando esta reencarnação particular ressuscita, ela recebe apenas as
centelhas que foram corrigidas através dele. As outras partes da Nefesh retornam-nos
outros corpos em que forram corrigidas.
Portanto, quando
esta Nefesh reencarna em outro corpo para completar seu tikun, pode atingir NR
"N.
Veja Seção 1
para a “segunda possibilidade”. Quando a
Nefesh é completada no segundo gilgul, ela se torna um veículo para a Ruach
e Neshamá não manchadas.
Neste respeito é como o primeiro gilgul.
No entanto, no
que concerne a nós aqui não é a possibilidade que todas as três partes da alma podem
ser recebidas no segundo gilgul,
mas o que acontece no momento da Ressurreição do corpo do primeiro gilgul que corrigiu apenas algumas
partes da Nefesh.
Todas as partes
da Nefesh que foram corrigidas no segundo corpo… pertencem ao
segundo corpo no momento da Ressurreição… Então todas as partes da Nefesh
que foram corrigidas no segundo corpo, juntamente com a Ruach e Neshamá,
pertencem ao segundo corpo no momento da Ressurreição. Foi no segundo corpo que
o restante da Nefesh, Ruach e Neshamá
foram corrigidos, o primeiro corpo não tinha porção na Ruach e Neshamá,
mas tem uma participação na parte da Nefesh, a parte que foi
corrigida por ele. O restante dos aspectos [da alma corrigida] pertencem ao
segundo corpo.
A regra é que o
corpo de cada pessoa será ressuscitado com as partes da alma que foram
corrigidas em sua vida. Se apenas algumas partes da Nefesh foram
corrigidas pela pessoa do primeiro gilgul, então aquelas poucas partes equivalem a nada mais do que
uma “Nefesh mínima” serão todas as que estarão disponíveis para a ressurreição
do primeiro corpo.
O Rabi vai agora
fazer uma comparação entre esta “Nefesh mínima” e a Nefesh
mínima
que aprendemos
no caso do Yibum.
Isto é como o
que foi explicado no Sabba de Mishpatim em relação ao Yibum.
O primeiro corpo
não sucedeu ao procriar. Apenas mereceu a
centelha individual da Nefesh. Esta é a centelha que deixou dentro da mulher
durante sua primeira intimidade. No entanto,
o restante da Nefesh com a Ruach e a Neshamá
pertencem ao segundo corpo.
Aprendemos sobre
Yibum em 3:6. Yibum ocorre quando uma pessoa morre
sem deixar descendência neste mundo, e é considerada uma falta de sucesso a
extensão que é como se o primeiro corpo nunca tivesse vindo neste mundo.
Toda a Nefesh que estava no primeiro corpo reencarna no segundo corpo,
e no momento da Ressurreição se levantará com o segundo corpo. Apenas um mínimo espírito chamado “o espírito
que o marido deixou dentro de sua esposa” é disponível para a ressurreição do primeiro
corpo. O Rabi está comparado este
espírito mínimo que deixou dentro da esposa com o que foi discutido aqui, a
saber, as poucas partes da Nefesh que foram corrigidas no
primeiro gilgul.
Em ambos os caos, no Yibum e no caso discutido aqui, o restante
da Nefesh, da Ruach e da Neshamá
pertencem ao segundo corpo que se levantará no momento da Ressurreição.
Há uma base adicional
a comparação entre nosso caso, quando apenas algumas partes
Da Nefesh
são corrigidas no primeiro gilgul,
e o do Yibum,
quando nenhuma descendência
é deixada no mundo. Em nosso caso, assim como do Yibum, a Nefesh
não tem qualquer fruto. Em nosso caso este
é o motivo pelo qual ela não tem parte nem na Ruach e nem na Neshamá.
Elas pertencem ao outro gilgul.
Este é o segredo
do que é escrito no Zohar “Aqueles corpos que não foram bem sucedidos é como se
nunca tivessem existido”. Isto é
notável, pois [é sabido que] não há Israelita que não é “cheio de Mitsvot como
uma romã” (Berachot 57a). Por que ele
[um corpo "não bem sucedido"] seria inexistente no momento da
ressurreição?
A fonte
principal de prazer no Tempo Vindouro está no nível da Neshamá… A romã é um furto
que é cheio de sementes. De fato, alguns
dizem que a romã original tinha 613 sementes, correspondentes ao número de Mitsvot
positivas e negativas da Torah. Os sábios usavam isto para simbolizar a
condição interna dos Israelitas. Eles declararam, “Mesmo os vazios entre vocês
(Israel) são cheio de Mitsvot como uma romã”.
Quando um
Israelita faz uma Mitsvá, ele se conecta e participa em todas as Mitsvot que já
foram feitas ao longo da história.
Assim, mesmo o mais insignificante deles é “cheio de Mitsvot como uma romã”. Como, então, pode haver um corpo que não tem parte
nas Mitsvot para justificar sua ressurreição?
No entanto, isto
alude à fonte principal de prazer no Tempo Vindouro que está no nível de Ruach
e Neshamá. Este primeiro corpo nem mesmo
completou a Nefesh. Tudo que ele tem é a
centelha “deixada dentro de sua esposa pela intimidade inicial”. Assim, não tem
prazer se não existe.
A participação desta
pessoa em algumas partes do êxtase do mundo vindouro é provida pela declaração
do Sabba no Zohar Mishpatim, p. 100a, Sulam #112.
4.4. Dupla Reencarnação
Todas as três
NR”N podem ser atingidas
no segundo gilgul se a Ruach e
a Neshamá não estavam
presentes no primeiro gilgul e não
foram conseqüentemente manchadas.
Em relação a isto,
o Rabi declara
no Capítulo Quatro,
Seção 3 que
ele quer fazer
duas distinções, explicando a primeira, um caso onde a maior parte da
Nefesh não é corrigida no primeiro gilgul. Esta seção, no entanto, um segundo caso, diz respeito a uma Nefesh que
teve sua maior parte corrigida no primeiro gilgul.
O primeiro corpo
mereceu corrigir a Nefesh inteira, mas depois a manchou.
Há um tikun
muito pequenos deixado a realizar. A Nefesh realmente pertence ao primeiro
corpo. Este é o oposto do caso anterior onde apenas uma
pequena parte da Nefesh foi
corrigida no primeiro
gilgul. Neste caso a Nefesh realmente pertence
ao corpo do
segundo gilgul. Mas aqui apenas um pequeno tikun é deixado para
ser feito, e a Nefesh realmente pertence ao primeiro corpo.
Quando esta
Nefesh reencarna com a Ruach e a Neshamá no segundo corpo, eles o fazem com a centelha
de outra Nefesh para ajudá-las a cumprir as Mitsvot.
Como veremos,
esta centelha adicional é a Nefesh principal do segundo corpo e ela ajudará
a primeira
Nefesh a completar seu tikun enquanto no segundo corpo. Isto
é chamado um “Gilgul Kaful“ [Gilgul Duplo].
Alegra-te minha Nefesh!…
Isto é chamado um Gilgul Duplo porque existem duas Nefashot
[plural de Nefesh] em um gilgul de uma só vez. Lembre-se disto bem. No entanto, no momento
da ressurreição a NR "N retornará ao primeiro corpo. O
segundo corpo apenas merecerá a centelha da Nefesh adicional que veio,
já que ela foi o [veículo] principal para ele. A Nefesh original
foi completamente corrigida no primeiro corpo (e pertence a ele). Assim ela [a
Nefesh do segundo corpo] terá trabalhado para outro, como é aludido pelo Rav
Sheshet que disse, “Alegra-te minha Nefesh! Alegra-te minha Nefesh!
Pois você tem o que eu li… pois você tem o que eu aprendi…” (Pesachim 68b). Isto
será explicado em mais detalhes posteriormente neste capítulo. Em suma, ele leu
e aprendeu Torah pelo bem da Nefesh que não era a sua.
4.5. A Alma do Convertido
Quando todos três
NR "N forem manchados, então eles precisam retornar em
reencarnações separadas, e a Ruach e Neshamá vai abrigar dentro da Nefesh de um
convertido.
Se uma pessoa merecer
sua Nefesh, Ruach e Neshamá, mas então manchálas,
as três não retornam juntas. Ao invés, cada
uma retorna em uma reencarnação separada. Mas quais são as leis governando a
correção de cada uma? …uma Ruach manchada não pode se juntar com uma Nefesh
já corrigida quando a Nefesh reencarna num corpo para o tikun e torna-se corrigida, então a
Ruach não é apta a se juntar a ela. Como já mencionamos,
uma Ruach
manchada não pode se juntar com uma Nefesh já corrigida. E certamente, uma Ruach
manchada não pode se juntar com a Nefesh antes
de ela ser
corrigida, pois a Ruach pode entrar apenas após a Nefesh,
que está em um nível inferior, ser completamente corrigida.
Como escapar
deste dilema? Como pode uma Ruach manchada reencarnar? … a Ruach
precisa reencarnar sozinha com a Nefesh de um convertido… Assim, a
Ruach precisa reencarnar sozinha com a Nefesh de um convertido cuja
Nefesh esteja no lugar de sua própria, e lá será corrigida. Da mesma forma, a Neshamá virá
em outro corpo junto com a Nefesh de um convertido.
O conceito de “Nefesh
de um convertido” já foi mencionado, e será mencionado posteriormente várias outras
vezes. Uma seção adicional especial é incluída
no final do
Capítulo Um,
Seção 11 e Nota 10
Este é o segredo
do que é escrito em Sabba de Mishpatim (98b):
“As Neshamot
que encontram as Nefashot dos convertidos… e elas merecem através deles.” Uma Ruach
sozinha, ou uma Neshamá sozinha, pode apenas entrar num corpo se lá houver uma Nefesh.
Ao invés (de sua própria Nefesh)
Elas tomarão a
Nefesh de um convertido, e através disto elas alcançarão a correção.
As Ruchot
e Neshamot (plurais de Ruach e Neshamá) manchadas encontram a Nefesh
do convertido, que torna-se um veículo ou interface para sua entrada na
reencarnação. “Elas merecem através delas”, pois elas atingem a correção através
deste arranjo. (Toda esta seção do Sabba
foi traduzida e explicada na Nota 10 do Capítulo Um.) Tendo dito isto, podemos
responder uma pergunta importante. A maioria das pessoas apenas tem o mérito da
sua Nefesh. E apenas uma
pequena quantidade nestas últimas gerações terá o mérito de sua Ruach
e Neshamá.
No entanto, sabemos
que o filho de David não virá até que todas as Ruchot e Neshamot
sejam corrigidas (Talmud Yebamot 62a).
A pergunta do
Rabi é baseada na declaração famosa do Talmud: “O filho de David não virá até
que todas as Neshamot tenham terminado de sair do corpo.” De
acordo com o Rachi “o corpo” é o nome do depósito das almas. As almas
precisam sair de lá para entrar nos corpos físicos neste mundo para serem corrigidas. O Rabi agora relaciona este ensinamento especificamente
aos níveis de alma de Ruach e Neshamá. Se a Ruach e a Neshamá
não vierem nos corpos físicos nestas últimas gerações, então como elas podem
ser corrigidas? O Mashiach ["o filho de David"] nunca será capaz de
vir, D-us proíba.
Agora
entendemos que a Ruach e a Neshamá podem reencarnar-nos outros corpos em cima
da Nefesh de um convertido, e eles, também, tornam-se corrigidos.
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No entanto, quando
a Nefesh original eventualmente atingir a correção, ela pode
receber no lugar de sua própria a Ruach de um tzadik (justo)
cujas ações foram similares a sua. Esta ficará em lugar de sua própria Ruach.
…no lugar de sua própria Ruach, receberá a Ruach de
um tzadik…
A “Nefesh
original” é aquela que não pode se tornar um veículo para sua Ruach
e Neshamá, pois a última foi manchada ou danificada na primeira
reencarnação.
Quando esta Nefesh
torna-se corrigida em reencarnações subseqüentes, o que acontece a ela? Sua Ruach
e Neshamá têm que ir até a Nefesh de um convertido.
Portanto, em lugar de sua própria Ruach, receberá a Ruach
de um tzadik.
Semelhantemente,
pode atingir a Neshamá de um tzadik. Se sua Nefesh
deixar este mundo antes da Ruach original ter terminado seu tikun, então a Nefesh
pode, entretanto, acompanhar a Ruach do tzadik até o Mundo Vindouro
e através dele, receber sua recompensa cabível.
Uma vez que sua própria Ruach complete seu tikun através de sua própria reencarnação
em outro corpo, como explicado acima, então a Nefesh dirá, “Eu
retornarei ao meu primeiro marido”, e se reunirá com sua Ruach. Da mesma forma, uma vez que a Neshamá
seja corrigida, sua Nefesh e Ruach retornarão para tornarem-se
um com ela.
[Comentário pelo Shabtai Teicher.]